Se ambrósia, em sangue, a vinho se torna
Não lhe adivinho, de pãs, faunos e sátiros,
Outra natura sua senão que do ébrio néctar
Todo âmbar nos seja o falecido Ampelos…
E se a longrina vinha, tua ou minha, trágica
De ninfas e de Sileno, nada lhe é como nudez
Que é, pois, temida sobre o Eufrates e gemida
Se ergueria a ponte que lhe aponta o Ganges…
Ali, aprendem-se lua, estrela e Kama Sutra
Sorvem-se, no oco das mãos, a água de mel
E o orvalho de Baco em espumas purpurinas…
Sabe-se, nas cercanias do Monte, o sal da poesia
Com que, aos perfumes, se amansam guerreiros,
Embriagados com turmalina, sol e melodia…
Filinto Elísio
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