terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um outro mundo é possível




Matxu bédju, kau sta mau. O plano de Bush para injectar dinheiro público (700 mil milhões de dólares) no sistema financeiro americano não foi aprovado pelo Congresso. So what?, pergunta o Gato Preto, agora que lhe deu para falar inglês (só para irritar o bonitinho, dizem). A maioria dos congressistas (em plena fúria eleitoral) acha imprudente (pelo menos nesta altura, chiça) utilizar o dinheiro dos contribuintes para colmatar o rombo (ou será roubo?) derivado dos maus investimentos em Wall Street. O Gato Preto prefere mudar de assunto e debater as coisas da Tapadinha. Let´s talk about Reino da Dinamarca! Entrementes, Vénus entra em campo, assim meio out of the blue: I know you are an idealist and don't care for money, but I am a realist and I need money to raise my children comfortably and show them the world. Mas kabu sta mau, Fidju Fémia. Merkanu ata da pa dodu. Agora, é o Gato Preto que se irrita com o meu rasgo alupekianu. A malta anti Manuel Veiga bate palmas a apoiar o gajo - uns sem causa, outros sem consequência. Já viram o Pininha a fazer uma manifestação a gritar "Queremos Estado, Estado, Estado", que nem um disco riscado e as autoridades chinesas (Tienaman, Tibete & Cia) a vassourarem tais actos antimercado, anticapitalista e antiliberal? Kumunista, bai bu tela di Kaubeldi. Mundu é di boita, kem ti viu, kem tevéki, Pininha?. Oooooops, Gato Preto, peço desculpas, pois foi da emoção. Eu sou daqueles que acredita que um outro mundo é possível. O actual é uma grande pornografia. As bolsas de todo o mundo sofreram quedas e trambolhões. É o efeito dominó, mas com a força de um tsuname. Se a América entra o colapso financeiro, devido à irresponsabilidade dos bancos, das seguradoras e dos capitais de risco, em capitalismo selvagem e de lavagem, como estamos globalmente indexados, virá tudo em catadupa, Vénus. Si bentu leba pedra, balei ka nhos kre sabi undi bai, ó Black Cat. Turismo? Crescimento a 2 dígitos? Desemprego a 1 dígito? Hong Kong transformado em King Kong. Take it easy, matxu bédju. Japon d´Áfrika ata nderia na bentul. Mais dia, menos dia, a não ser que o vendaval mude de direcção. Gato Preto ka bu merdia nau...

Esse Hugo


Cedo. Por volta das 5H30, Hugo (apreciem-no na foto) vem me acordar, batendo várias vezes com o seu bico vermelho na vidraça do meu quarto. Esse Hugo é um caso sério! Ainda por cima, farfalha a sua cauda azul, aflição de quem quer entrar. E nem espera esbater as réstias da noite. Levanto-me para a marcha matinal (meia-horinha apenas, mais terapêutica que olímpica), não sem antes dizer a Hugo: "Se o Gato Preto do meu Blog cá estivesse, havias de ver o pandemónio". Este, coitadito, anda afoito, lesto e vigilante contra os cães virtuais (vira-latas, mas capetas prá caramba), uma chatice. Dos cachorros, só trato por tu a Tequilla, do meu filho Pablo, e o Scubi, da minha sobrinha Carine. O resto: get lost, seus sacanas! "Quereis também conhecer Niagara Falls?". Nem Hugo, nem o Gato Preto respondem à minha provocação, mas prometo a Vénus colocar essas quedas de água na lista dos "places to visit before I die". As pirâmides também prometo, ó Panterinha. Ontem, na Livraria Nho Eugénio, estive com três livros na mão: No Rio Vermelho, de Zélia Gattai, O Escritor, de Yasmina Khadra, e Crónica de Uma Morte Anunciada, de Gabriel Garcia Marquez. Vou propor à Vera Lúcia para contratarmos Hugo e o Gato Preto para resenhas bibliográficas dos livros à venda. Falar, por exemplo, de Garcia Marquez que, para além de imenso escritor, é amigo de Fidel. Ei, ei, ei...caludas. Jorge Luis Borges também era admirador de Pinochet e Ezra Pound um fascista assumido. Há poetas que conseguem ser trotskistas. Há pintores neo-liberais. Dançarinos comunistas que las hay, las hay. Actores que amam Zau. Há de tudo. Eu amo Garcia Marquez, amigo de Fidel, que é amigo de Chavez, compañero de Lula que, uma vez, tentou declamar versos de João Cabral de Melo Neto, severino que nem Arménio Vieira, dos primeiros versos. Sim, estou na Praia. Uma loucura. Praia me mataaaaaaaa! Madrid também, mas não por faltar energia eléctrica, bem entendido. Movidíssima Praia de Santa Maria. Mas não era isto o post. Era de Hugo e do Gato Preto do meu Blog. Vossa Senhoria me perdoe...o Poeta, às vezes, se destoa de Lisboa. Até rima numa boa. Putis...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Side notes

Porto Madeira
Foto Misá

Em Porto Madeira, fui recordando coisas. Não te fies na minha memória, mas aceita a minha imaginação. Como se te contasse histórias em espiral. Hás de querer perguntar o que terá Porto Madeira a ver com Laura Baltzell? É com os quadros dela que a história começa. Eram amigas e ambas trocavam confidências. Dias depois, a outra terá escrito: I did not mean to hurt your feelings and I don't want you to be upset. I am sorry… Please understand that this is a very difficult and painful decision. I am missing you terribly already, but right now, I don’t think I have another choice…E ele (vou te contar tudo): I don't know how I am going to live without you...Assim em espiral, a outra ia contando sobre ele e o quanto Sometimes, I feel like knowing everything about you. Other times, I don't want to know because I get upset and jealous. E já não queres ouvir mais, a história tem de facto demasiado intertexto e, se calhar, também andas a rir com essa catrefada contra o nosso gato negro. Ah, por acaso, há por estas bandas um pubezito intitulado Black Cat. Abarrotado de balzaquianas, meu Poeta...

Mais notas

Nu vermelho (1917)
Amedeo Modigliani


Mal poeta enamorado de la luna,
no tuvo más fortuna que el espanto;
y fue suficiente pues como no era un santo
sabía que la vida es riesgo o abstinencia,
que toda gran ambición es gran demencia
y que el más sórdido horror tiene su encanto
Reynaldo Arenas
Idade de Cristo
Gosto que suplantes a Idade de Cristo, mas ganhes Dele a bondade, a tolerância e a espiritualidade. Cristo não faria da palavra dos outros uma bola de neve e muito menos uma avalanche que nem o Armagedon. Cristo era manso. Manso de Espírito. Dos versos que faço - pobres sonetos di pasaji -, todos têm, ao menos, a verdade das minhas horas por viver. Antes que anoiteça, como é o título do lindo romance de Reynaldo Arenas, aquele que sentencia "a vida é uma questão de risco ou de abstinência". Também os meus versos são uma questão de risco ou de abstinência. E são-no por motivos existenciais. São-no, porque preciso ser também manso. Manso de Espírito. O ver as ondas nas rochas, a estrela em cisco no firmamento e a mão diáfona de alguém ou de algo (seria "le turbulent oiseau", seria?) no meu despertar, tudo isso me amansa. Dá-me descanso e remanso. E por tê-los, de rima desabrida e acto contricto, outros relâmpagos não poderia te ofertar nesses anos que são de Cristo e, por tudo, tudíssimo, deves suplantar...
Triste Poeta
Só quem já leu os versos de Valentinous Velhinho sobre aquela tristeza que "só na infância sabemos que há", saberia descortinar a fina neblina que tapava os meus horizontes. Estar triste para mim é ser aquela silhueta no quadro de Claude Monet, no Musée Marmottan. The Train in the Snow, se não me engano. E o médico diz: "Não se trata de um câncer na garganta, mas de uma alergia à poluição". E rio-me, como se te visse ao espelho. Já não poderás viver em Paris, Nova Iorque ou Lisboa. E terás mesmo de aderir à luta pelo Ambiente, reler os livros de Al Gore, criar um partido verde, essas coisas. Só quem leu os meus olhos (que já viram Lago de Garda e a Baía da Guanabara), poderia apreender, mal poeta enamorado de la luna, que guardara para ti os os versos mais tristes de Pablo Neruda. Aqueles de Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada, e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". O vento da noite gira no céu e canta. Dou-te alvísseras e aleluias. Deus seja louvado...
Albatroz?
Queres saber sobre o Albatroz? Relê o poema de Charles de Baudelaire: L´Albatros. Esse que, às tantas, diz: O poeta é semelhante ao príncipe da altura/Que busca a tempestade e ri da flecha no ar/Exilado no chão, em meio à corja impura/A asa de gigante impede-o de andar. O poeta só será feliz quando voa, como uma princípe da altura. E Berdiano? Mas isso já é querer saber demais. Há coisas que não digo. O roteiro do Autocarro #20 é o meu Rosebud com que Orson Wells abriu e fechou o belissímo Cidadão Kane. Não digo e, quem sabe, o enigma da minha felicidade...
Nu Vermelho
Estou aqui a repisar o Nu Vermelho e a escutar a música de Francis Cabrel. Hoje, estou na minha lua cheia...

domingo, 28 de setembro de 2008

Notas



Ao Pablo, que faz anos a 1 de Outubro,
e ao Denzel, que os faz a 2 de Fevereiro

Quem ousaria dizer “fi-lo rir mais que chorar” nos seus dias que por cá passou? Quem, ou melhor, a quem contaria os segredos do Nu Vermelho? E, já agora, os enigmas no sorriso de Mona Lisa? Quem me perdoaria pelos apertos súbitos de coração? Quem palmas daria se o meu enterro fosse feito em beleza? E quem lágrimas verteria se de repente eu me evaporasse em fumo azul? Assim, baixinho, ciciante e de soslaio, como o Gato do Blog na calada na noite, são estes os pensamentos que, de quando em vez, me assaltam e exilam, qual estrela cadente, na minha solidão. Vejo-me, amiúde, a navegar no oceano existencial de cada momento e vos sou devedor do melhor que existe em mim…

Porto Madeira e Outras Notas


Oh Deus, que fazias nascer o sol todos os dias,
enquanto repenicavam em Wall Street os alegres sinos de abertura.
Coro: o que vai ser de nós?

José Caldas



Porto Madeira

Cumprindo ao rendez-vous da Misá, pintora, poetisa e activista cultural, estive com uma dúzia de gente próxima em Porto Madeira, nesta linda (e agora verdejante) ilha de Santiago. O programa: almoço, declamação poética e passeio pela aldeia artística, iniciativa cultural da Misá com vista ao internership dos artistas e ao intercâmbio cultural, embutindo nela também a intenção de turismo rural. Embora soubesse, por haver (re) visto o projecto quando era ainda papel, confesso ter ficado positivamente surpreendido com o arrojo que só a simplicidade e a ecologia produzem, aliados à uma vontade férrea de fazer as coisas acontecerem. Faltou José Maria Neves (o poeta), porque o Primeiro-Ministro estava, a essa altura, a inaugurar um liceu no Concelho dos Órgãos (poesia de força maior, convenhamos). Mas não me coíbo de repetir (e de também fazer minhas) as palavras de Caetano Veloso: “É engraçado a força que as coisas parecem ter quando precisam acontecer”. E foi tudo lindo, lindíssimo, no táctil que, por vielas de poesia e pelo vale do amor, essa tarde, de tão intangível, nos proporcionou. E na berma do caminho que trilhámos, em fila indiana, estava ali um soneto meu – “Crioula na Estação” –, cujo terceto derradeiro era: Tudo isso és tu, na estação/Quando os trens da tarde/Já são tua cicatriz em mim...

Virgens Loucas

Continua a faltar energia e continua essa incongruência a condicionar as nossas vidas. Semanalmente, lá estamos todos a praguejar e a blasfemar sobre tal situação que não lembra ao diabo, mas aos deuses da terra até lembra e, consequência disso, é o breu que nos apanha (sempre) desprevenidos. Ontem, estava a ler a partida de Marco Polo, da Praça de São Marcos, em Veneza, quando a luz (raio de cidade esta!) se foi para…E, agora a sério, porque de tretas e promessas estamos conversados, é preciso que se estabilize de vez a questão energética na capital de Cabo Verde! E o que irrita mais é a barulheira dos motores a ensurdecer a miséria daqueles à luz das velas. Leiam “Virgens Loucas”, de António Aurélio Gonçalves. Leiam-no, por favor. Estamos “apois” todos desesperados que nem as três (de) mocratas da noveleta desse grande Mestre…

Cacem-nos…for all means

Clic on…TCV no meu ecrã e, dos males, o menor. Um programa sobre a (in) segurança que se resume em mais um chorrilho de demagogias. Não é com sensacionalismos, para espevitar incautos, que estaremos a contribuir em prol da estabilização da criminalidade. Um pseudo agente da Polícia Nacional, que não dá a cara (et pour cause, nem empresta credibilidade), afirma haver bairros que as autoridades não entram, fabricando a imagem do absurdo, do caos e da impotência. A mim, tudo isso me parece uma pura falácia e uma crassa mentira. Ora, num regime democrático e republicano, como se supõe o nosso, as autoridades têm de ter franca e ampla mobilidade para “caçar” e neutralizar os bandidos ainda à solta. Estes devem ser “apanhados” em todos os seus refúgios, inclusive os mais intangíveis. For all means. De resto, estes é que não poderiam “reinar” em certos bairros, nem circular em certas horas. Liberdade tem os seus parâmetros e, paradoxalmente, os seus limites. Fosse doutra forma seria uma “broxa” a nossa democracia e a nossa paciência de cidadãos já nem se afinaria por aí…

Colapso da finança

Apupados pelos nossos neo-liberais que, além de serem egoístas como os demais, conseguem ser medíocres e confusos, eis que assistimos juntos, na bancada da pobreza, ao colapso da finança pura. Quo vadis, operadores do mercado? O que vai ser de nós? De repente, o Estado deixou de ser um problema para voltar a ser uma solução. Nicolas Sarkozy afirmou: «Reconstruamos em conjunto um capitalismo regulado, em que sectores inteiros da actividade não sejam deixados à mera apreciação dos operadores de mercado». Quem “diziria”? Ahahahahaha…

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Perfídus, Flatos, W. & Poesia


Nu Vermelho

Não sou um voyeur compulsivo, mas gosto de ficar, em tempo esquecido (ou aquecido), a ver o Nu Vermelho, de Amedeo Modigliani. Não por ter falecido a 24 de Janeiro, data dos meus anos, mas porque há nudez, para lá daquela da lua, que nos apanha de chofre…

Na Diferença

No Blog Igualdade na Diferença, certos comentários concorrem à canalhice. Cada um consegue a estranha façanha de ser pior que o outro. Há até um poeta (de circunstâncias, mesmo com os seus surrealismos de merda) que se olha ao espelho e tenta “endrominar” a Eury com paleios de quem vai ao baile tomar conta do gira-discos. Anónimos assim lembram à anedota de “sanduíche de ambulambiche, com cu de fora” que Mito, nosso artista plástico, atribuía ao angolaníssimo Comandante Margoso (não nos referimos ao Blog Café, haja ressalva). Os animais, quando triunfam, são mesmo um Deus-nos-acuda…

Perfidus e Flatus

Pensei estar perante um ataque cardíaco ou um AVC: dores de cabeça, braços congelados, suores frios e dores no peito. Estive perante uma linda e simpática doutora de Braga, com ares de “menino da sua mãe” e o meu amigo Pedro Maciel, de namorada ao lado, chegou a ter peninha de mim. Em momentos assim, longe dos meus e do Autocarro nº 20, nem conseguia rir das “últimas” de George W. e punha-me a pensar, com todo o drama deste mundo, nos meus filhos Denzel e Pablo. De repente, depois das análises de sangue, electrocardiograma e prova de esforço, a doutora me descobre uma crise de gases…o catano. “Vossa Senhoria, em vez de comer os feijões, passa doravante pela provação dos deuses Perfídus e Flatos”. Pode?

Artifício poético

Falando nisso, quem está aí com essa de os versos serem espontâneos, sem engenharia, nem gramática? Não é ver um passarinho verde a passar e, tumba, a porra da metáfora a jorrar nesse chafariz da Praça Alexandre Albuquerque. Valerá também o seu lado oficinal. Um poema não nasce pronto. Tão pouco, ele cai da árvore da imaginação como fruta madura. É preciso pensá-lo com rigor matemático e introduzir nele a polifonia da música e da dança. Só então, tu, bela musa, hás de a ver com olhar novo e despido. Poesia é o catalítico de certo artifício, minha Princesa.

sábado, 20 de setembro de 2008

Underground

De Chirico
Hector and Andromache
Underground

Morro de rir ao ler alguma malta nessa de “o meu absurdo é maior que o teu”, numa presunção de quem se ufana de sorver vómitos. Vejamos como é bonito, posto que aborda o amor, o quadro Hector and Andromache, De Chirico. Devíamos estar desviados para o bosão de Higgs, os quarks, os electrões e os fotões – algo que, a haver Deus, seria Ele o Criador da beleza com que teríamos de nos reproduzir. Mas falávamos sobre a (in) segurança e não do resto e da sobra que cada um vai comendo.

Ground 1

O debate sobre a (in) segurança – além, muito além, do suplemento da Polícia Militar – é um exemplo excelente daquilo que deveria ser o papel dos cronistas em horas mais gravosas: despertar sobre o que nos preocupa nesta sociedade, através da escrita, mas sem conceder a receios de flipar os pequenos deuses da esquina e seus caciques da bloga. Há muita violência na rua na cidade da Praia, em Cabo Verde e por onde vamos vivendo. Há também muita violência doméstica. Em suma, apesar do sério problema dos assaltos, Cabo Verde é ainda mais perigoso dentro de casa do que na rua. E, no que se refere à violência, não nos podemos ficar quedos e calados que nem ratos.

Ground 2

E não vale a pena enfrentar os Thugs com conversas para boi dormir. Os Thugs (do ghetto ou do berçário dourado, a mesma “merda” afinal) precisam, à medida que se constroem alternativas culturais, económicas e sociais (paz e água fresca, diga-se em abono da ironia), saber que, em democracia digna desse nome, não haverá para ninguém a premissa do sétimo mandamento do "Quinta dos Animais", de George Orwell - e o seu confinamento num só "all animals are equals but some animals are more equals than others" . Dura lex, sed lex…

Ground 3

Só que neste Reino da Dinamarca – insólito PDM sem luz, nem água, mas, à razão, “country under construction” -, a democracia tem os seus problemas genéticos e congénitos. O que se resvala nesta grande demagogia deriva de uns e outros terem sido ou colaboradores do fascismo colonial ou revolucionários embebidos num estalinismo de treta, incapazes de “trabalhar” valores da Ética e da Estética. Mais ainda, a chatice dos armados em trotkistas que se lhes juntaram e que, tal qual a chatice dos estalinistas, propunha (ora e outrora) uma hipótese de política absurda, construída sem afã da liberdade e alimentada na vã sede do poder.

Ground 4

Apetece fechar esta postagem com os versos de Pessoa:
Senta-te ao sol.
Abdica
E sê rei de ti próprio.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Pó de ti


É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca

Pelo malmequer ou flor outra qualquer,
Tal qual sibilina fraqueza tenho pela rosa,
Amarei sem fronteira, com verso e prosa,
Toda a cor que, em arco-íris, vira mulher…

Dulcíssima lua, quando vens nua, à noite
E silencias, em tudo, do áspero à pelúcia,
Tendo mãos de veludo, quando não pedra,
E policias o vício lodoso destes momentos…

Sem lírica, meu poeta, que somos navegantes,
Temos (deste mapa) grafias e fotos tatuados,
Somos grafites, letras sem rima, arguidos…

Por mais que dilate esse teu olhar distante,
Sobre a dor e a nostalgia, de nenhum alarde,
Saberás como, aqui, se esponja o “pó de ti”…
Filinto Elísio

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ad vinho

Qual é a cor da música?
Seu gosto de fruta e de cravinho.

Quanta gota (exangue de mel) ou fio
De sangue que não desemboca,
Se teus lábios (de rouge) cantarem?

As horas do teu corpo batem
Em que lugar quando ressoa
Meia-noite no meu poema?

Tudo isso é não ter laços,
Não ficar aqui preso ao halo
Com instantes dos teus seios.

Tudo isso adivinho seres tu,
Posto que travam como vinho
As cores que li no gosto.

Tempero, em que novelo
És mais água do que sal?
Concha em que segredo
Me és palavra repentina?

A cor da música…


Filinto Elísio

Blogs, (in) segurança e a acácia com cara de candelabro




Browsing

Manhã desacordada. Vou aos Blogs que interessam. Destes, os que mais interessam falam da Arte e da Comunicação. Há um que fala da Arte da Comunicação. Reino da Dinamarca? Ah, andas a fazer menção à Tapadinha PDM, que eu sei…

(In) Segurança…antes que anoiteça

Não me venham com essa que a questão da segurança ou a falta dela seja matéria para os entendidos, os tais “experts” de que estamos fartos. A segurança, tal como a inflação, tem a ver connosco que já não podemos namorar no Farol Maria Pia, nem devemos fazer a marcha matinal pela Av. Cidade de Lisboa. Naturalmente que votamos, trabalhamos e pagamos impostos, esperando em troca a obrigação pública e, dentre ela, a segurança pública. Se não pudermos levar os nossos filhos ao jardim, a medo dos assaltantes, é porque alguma coisa não vai bem no Reino da Dinamarca. Se os autocarros não vão a certos bairros, depois do crepúsculo, teremos de tomar medidas sérias…antes que anoiteça.

(In) Segurança I

É a cidade toda que se tornou numa grande zona crítica. A criminalidade extravasou-se de certos bairros e instalou o seu modo operandis na cidade toda. Os ladrões e os thugs, havendo alguma superstrutura que lhes apoie, têm de longe mais mobilidade e são de longe mais livres do que os honestos cidadãos. Devia ser ao contrário. Radicalmente ao contrário. Violentamente ao contrário. Refiro-me também, e com frontalidade, à necessidade de uma lei mais incisiva e dissuasora. O Código Penal e o Código do Processo Penal que deveriam ser mais duros com os criminosos e mais protectores para as vítimas.


(In) Segurança II

Em termos da abordagem mais premente, creio que há política a mais e polícia a menos. Sou abertamente a favor à decisão de a Polícia Militar reforçar a segurança pública, enquanto medida extraordinária, complementar e transitória que o momento e a opinião pública reclamam. Naturalmente que, a prazo, há que buscar soluções mais articuladas e mais sustentáveis, com recurso a abordagens sociológicas, pela requalificação da Polícia Nacional e outras. Por ora, o que se quer é a segurança nos bairros e a inequívoca ordem pública pela capital, prioridade não apenas dos munícipes, mas de todos os cidadãos cabo-verdianos. A capital, vocifere quem queira, é área da soberania e deve ser protegida como tal.

Acácia

Reino da Dinamarca (lá estás tu com Shakespeare!): Uns dão terrenos. Outros confiscam-nos. Febre de Setembro. Patrícia faz dramas de uma tragédia que resvala em comédia. Às vezes, sou de solilóquios. Outras vezes, gostaria de ser um estrela…luzindo há tanto tempo, para a dó do Poeta. Curtir o amanhecer no cais de pesca da Praia. Estar, anónimo e feliz, no Autocarro nº 20. É pá não chove para Santiago continuar lindooooooo. E a acácia, defronte, parece um candelabro esquecido…

terça-feira, 16 de setembro de 2008

PoeMito

Mito
Stiba na tubuko
Técnica mista sobre tela. 70x100 cm
Nu Bai

Não poderia faltar ao repto de apresentar NU BAI, pelo talento que reconheço a esse artista plástico. Igualmente, a ele me liga uma relação ontológica e existencial, tendo a Estética por pano de fundo. Com Mito, edifiquei vários rituais de cumplicidade, não apenas plásticas, mas literárias, teatrais, cinematográficas e musicais, bem como aquelas pantagruélicas em várias paragens do mundo. De uma forma muito especial, registo que a Mito devo também o incentivo, a energia toda do afecto e a força vital, que às vezes me falta para, nestes tempos, persistir na recorrência artística. O seu desvelo diz de perto sobre quase tudo que, de último, venho realizando nos campos da Poética.
De Rerum Natura

Take it easy, my brother, que não és responsável pelas armas atómicas, pelo buraco na camada de ozono, pelo aquecimento global ou mesmo pela invasão da Geórgia. Tão pouco pagarás pela pobreza franciscana destes bairros. Ou pelos kasubody a cada esquina. A Electra é tão-só nossa burrice colectiva e partilhada. Somos nós a (in) Cultura que, para lá dos significantes, nos deixa sem significado. Contrariamente à Arte do Estado, teríamos de investir no Estado da Arte, dissemo-lo já. Como todos na aldeia, teríamos de ter a consciência das nossas fragilidades. As de todos e as de cada um. As nossas circunstâncias são o diabo, entrementes. O Reino dos Céus aos mansos de espírito e aos humildes de trato. As discordâncias, que não conferem o fim-do-mundo, precisam de um framework da ética, da tolerância e da elegância. Sejamos, no mínino, cavalheiros. Segundo Umberto Eco, a verdade, mesmo a social, a cultural e a política, não afirma que o que é novo esteja necessariamente certo. Pelo contrário, ela baseia-se no tal princípio da «falibilidade», como sentencia também Charles Pierce e Karl Popper. Nós, deste lado, preocupamo-nos com a Vida. A Estética Global. Lago de Garda, Monte Pico de António, o satyagraha de Mahatma Gandhi…que maravilha!
Stiba na Tubuku
Tendo também pela Arte um zelo que só terminará com a Vida, apanágio, aliás, do nosso mestre Padre António Vieira - o justo Imperador da Língua Portuguesa, como quis o imenso Fernando Pessoa -, continuarei com esta flâmula, minha natura simplesmente. Assim, o Albatrozberdiano irá alternar, sempre com relances da Poesia, as escritas (i) domésticas, civis e mercantis; (ii) de novas, de recomendação, de agradecimento, de queixumes, de desculpa e de graça e (iii) públicas, invectivas, consolatórias, laudativas, persuasórias e outras.

domingo, 14 de setembro de 2008

Χρυσόμαλλον Δέρας



Perdoem-me pelo grego antigo, mas ele julgava-se um Argonauta. Fazer o quê? Viu a maqueta da torre em Constança (Roménia, meus caros) e, da sua enorme loucura, gritou “Argos”! Depois, com alguma pachorra para a Blogsfera, quis ser Jasão, o mais amado das criaturas. Ele deu uma gargalhada perante a fanfarra de fazer cair o Ministério. Não é à-toa que se puxa a linha desse linho, pensou. Será preciso mais parcimónia, peito para o caos e algo para preencher tal vazio. O bota-abaixo, banal valentia de afirmação, não atiça incêndio algum. Tudo não passa de uma grande treta. Baile de máscaras. Prefere ouvir Francis Cabrel, do álbum “Des Roses & Des Orties” ou, então, ler “Boa Noite, Senhor Soares”, de Mário Cláudio. De uma assentada. Vorazmente. Ei-lo (cada vez mais chalado): Não me amarro aos Mastros, nem me ajoelho aos Credos. Creio, com alto sentido de “falibilidade”, que Deus está no buraco negro. Quando Medeia, filha Eetes, se apaixona por Jasão, este conquista o Velo de Oiro. Voilá - Quero o amor, amar o amor. Que Hera também me ame, porra. O amor interessa; fazer cair o Ministério nem por isso. Sem romantismos, nem alumbramentos. Começa a ficar tarde…

sábado, 13 de setembro de 2008

Solilóquio sem vírgula


Dir-te-ei também o tempo da poeira vagarosa sobre os móveis E da torneira em cadência A de cada gota que nós fomos Ter-te-ei em escondida surpresa O flagrante de todas as coisas E sobretudo subvertendo do mais velado Guardarei ao teu olhar tudo por dizer E mesmo ao fim da linha a eito Ou como em tudo seja metáfora Com ou sem torpor partiremos Até onde nada haja por seguir Para lá do infinito esse grito…

(Em Ploiesti, Roménia, ele começou a ficar louco. Mas os primeiros sintomas surgiram-lhe no sertão brasileiro: esses solóquios…sem vírgula)

Conversa…réservée aux bobos friqués


Ele: Não gosto de músicas enlatadas. Envergonho-me que queiram fazer de nós uns abridores de lata. Ela (citando Knut Hamsun): «Savez-vous ce qu'est un grand poète? C'est un homme qui n'a honte de rien.» Ele: E se deixássemos de viver estas estações? Ela: Tu auras vécu en vain.…

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ossos de Siba

Não busques abrigo na sombra
desse bosque de verdura
qual o falcão que mergulha
como um raio na canícula.

É hora de deixar quieto
o caniçal sonolento
e de observar as formas
da vida que se esboroa.

Caminhamos numa poeira
de madrepérola vibrante,
num ofuscamento pegajoso
que quase nos desfibra.

No entanto, tu o sentes, mesmo na onda árida
que lassidão nos traz neste instante de enfado
não é hora ainda de lançar num abismo
nossas vidas errantes.

Como este claustro de rochas
que parece desfiar-se
em teias de nuvens;
assim nossas almas ressequidas

onde a ilusão mantém aceso
um fogo mais de cinzas
se entregam à serenidade
de uma certeza: da luz.

Repenso o teu sorriso e é para mim como uma água límpida
retida por acaso entre as pedras de um rio,
exíguo espelho onde contemplas uma hera e seus corimbos;
e tudo sob o abraço de um branco céu tranqüilo.

Esta é a minha lembrança; não sei dizer, faz tanto tempo,
se de teu rosto surge livre uma alma ingénua,
ou se em verdade és dos errantes que o mal do mundo exaure
e o sofrimento carregam como um talismã.

Mas posso dizer-te isto, que teu rosto recordado
afoga a mágoa inconstante numa onda de calma,
e que tua figura se insinua em minha memória nevoenta
imaculada como a copa de uma jovem palmeira...


Eugénio Montale

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Nu Bai


1.
Não é a primeira vez que sou apanhado "de pronto" para apresentar as exposições de Fernando (Mito) Hamilton Elias. Das já feitas por mim, guardo (direi mesmo: resguardo) com serena e grata lembrança aquela intitulada "Timenti Lua Ka Subi", e inaugurada na Vila do Tarrafal, em Santiago. Era uma exposição forte, magenta e cor da terra, eivada para o "bric color", aos feixes de formas, fonemas e morfemas. Também de semânticas. De sêmeas. Dissera, então, que Mito era o mais conceptualmente moderno dos artistas plásticos cabo-verdianos, isso sem desmerecer outros assaz interessantes e de grandezas próprias. De lá para cá, Mito foi crescendo, não em linha recta, que do intelectual não se espera vector cartesiano, nem em linha oblíqua, que os modismos são também outros grilhões. Foi crescendo no sem linha e no sem margem, como se entrasse num jam session e deambulasse nas escalas livres e de fugas musicais. Totalmente groovy. Absolutamente, groover...esse Mito!
2.
Também não é inédita a ângustia que me assalta sempre que Mito me faz esses convites de apresentação. Deixando-me à mercê de um entendimento marginal das suas telas. Reparem que não digo "compreensão". O Artista propõe, para lá dos meus dilemas, uma complexa inequação, com incógnitas incessantes e reincidentes. À maneira de Sueño con Serpientes, de Sílvio Rodriguez, em que la mato y aparece otra mayor. Eis que nas telas de Mito se me suscita descortinar um pássaro, também "de pronto" aparece outro maior, con mucho más infierno en digestión...
3.
Apanhado assim "debole", filosoficamente "debole", aquém de todas as certezas, tenho, nas antípodas, o gozo de olhar e de opinar sobre NU BAI, exposição de pinturas de Mito, a inaugurar na segunda-feira, 15 de Setembro, no Auditório do BCA. Vejo tal mostra como uma grande homenagem aos Hiacistas e à própria ilha de Santiago. Hèlas, que ele baptizou o seu filho de Santiago, patronímico da Ilha Maior e Matricial. Santiago que nos é capital do Chile de Pablo Neruda e de Victor Jara. Cidade também de Compostela, não muito distante de Ribadeo, onde nasceu Eugénio Tavares para ser naufragado nas águas da Ilha Brava. Santiago de Cuba, em tudo igual, caleinte e oriente, à Cidade Velha, velhíssima, nossa memória, nossa alma. Mas dizia: a partir de um polígno de peças, umas ontológicas, outras faits-divers, Mito faz a alegoria dos movimentos, dos veículos, dos transportes, das transladações e das migrações. Tudo que risca e visca a sua Ilha Imaginária e Criativa, se não pura Criatura...
4.
Pois é, Mito, preparemo-nos para a catadupa de incongruências e de ziguezagues sem fim, pois a perfídia dos pequenos é coisa grande na aldeia. O inferno começou pela censura do meu texto, posto bizarro se tornou Mecenas de Tesoura. Odiámos juntos, pela vida e pela lida, quaisquer Gulags e as sobras de um colonialismo que nos persiste mental - a tal "mental slavery" que Bob Marley bem cantou. Estamos em tempos de Argui, Nu Monda, Nu Bai... Redemption Song. Inté...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Setembro

1.
Achava-me numa fase intelectual mais vadia, desabrida e burlesca. Achava-me, mais do que nunca, solto na vida. Mas alguém, por sinal amigo, me achou deprimido. Leu a crónica "Agosto" e me reportou triste, alarve a transpirar no texto em questão. Em verdade, estava eu então aziago e estranho. Tentei escrever outra crónica sobre Usain Bolt, não só a ganhar tudo e todos, mas a dançar reggae por cima, muito por cima, da olímpica monumentalidade do Império do Meio, mas nem isso. De repente, deu-se um vazio na minha mente e, em assumidas insónias, as noites tornaram-se mais longas. É que o cronista tem disto: síndroma de página branca. E "Agosto" reflectiu assaz neurastenia. Experimentei alguma irreverência, mas aos 47 anos está-se mais engomado que na juventude. Apanhei, nas estradas das minhas viagens, um ramo de travisco na vã crença de afastar as trovoadas, os raios e os coriscos. E, em sobra de tudo, a desmesura de um oceano…

2.
Farei sim uma terapia baseada no riso. Arlequim total! Tornar-me-ei um girassol nessa procissão que vai dar ao Deus-Sol. Ensaiarei gracejos à la mystic river e talvez compense, em overdose de alegria, os 100 paus que os leitores andam a pagar pelo Jornal. Seja, pois, minha crónica futura uma sonorosa gargalhada. Sem ironias, direi que tudo vai bem neste Reino da Dinamarca. Esta é uma Dinamarca PDM, arre. Sem azedumes, farei loas ao cronista de serviço, esse que se insiste também poeta e patrulhador de todos na aldeia. Um chato, mas fazer o quê? Obviamente que, mau grado as boas graças, comungarei sempre da sentença de Chinua Achebe: "O poeta que não tem problemas com o rei, terá problemas com a sua poesia". Por modo de ter jogado as mágoas no Lago de Garda, bem pertinho de Brescia, e de ter chegado a Milano Centrale limpo e apaziguado, mas impossibilitado de tomar parte no Re-Inventation Tour, de Madonna. Por modo que, para o gáudio dos nossos imbecís, quis também ver Veneza antes de morrer…

3.
Tive também pena de deixar Lisboa, antes do espectáculo da Madonna. Eia que essa mulher me persegue! Não porque ela é a artista mais Top 10 da Billboard, mas porque possui um alcance vocal de 3,5 oitavas, uma verdadeira Soprano Full Lirica. Queria vê-la a cantar entre as escalas de contralto e de mezzasoprano, mesmo que o Papa desgoste. Marc, o meu amigo russo autor da música "Lisbon Blues", título também de livro futuro de José Luis Tavares, é que me ensina isso de escalas musicais. E conto-vos tal núncio, como se incarnasse a ideia de Walt Whitman: "Eu canto o meu próprio Ser, pessoa em si e à parte/embora expresse o verbo democrático, a expressão das massas".

4.
Agora que Agosto fechou o seu nefasto ciclo, estou aqui em Setembro. Estou ainda esquisito. Sei-o bem. És tu, poeta. Confesso que, quando assim é, só me apetece ficar sozinho na cama e com a luz apagada. Esperando que a minha mãe me apareça à infância retornada e me dê um beijo de boa-noite. Incessantemente. Inenterruptamente…creio bem que para além do fecho desta edição.


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sketches




Em tempo de cólera


A situação da cólera na Guiné-Bissau atinge níveis alarmantes e está absolutamente fora do controlo das autoridades sanitárias. O Estado Guineense, efectivamente relativizado e diminuído, não se mostra preparado para fazer face à epidemia. A situação reclama por maior intervenção das Nações Unidas, através da OMS, da União Africana e da CEDEAO. De uma perspectiva cabo-verdiana, algumas medidas de solidariedade precisam ser tomadas. Para além da dívida histórica para com a Guiné-Bissau, não nos configura seguro, nem confortável ter epidemias à porta...



I (do) love America

Gosto da América que canta jazz e blues. Que pariu poetas como Ezra Pound, Walt Whitman e Allen Ginsberg. Com os seus estadistas como Thomas Jefferson e Abraham Lincoln. Exult, O shores, and ring, O bells! A América de todas as cores, raças, credos e filosofias. Arco-íris. Generosa e democrática. State of Art. Woody Allen, Orson Wells e Andy Warhol. Da Harlem Renascença. A do I Have a Dream, de Martin Luther King Jr. A de Baraka Hussein Obama. De Denzel e de Pablo. I (do) love America...

Bracarense também

A cidade portuguesa de Braga, capital do Minho, tem várias coisas que me encantam. A primeira, é o saneamento e o tratamento dos resíduos sólidos urbanos. A segunda, é o trânsito ordeiro e fluído. E a terceira, é a gastronomia. Não posso imaginar Braga sem projectar, com água na boca, o restaurante O Arcoense. As entradas e os pratos tradicionais são irrepreensíveis. Isso, para não falar das sobremesas, quase todas da doçaria conventual. Como podem depreender, uma cidade também se faz pelo gosto...

Tempo de Mindelact


Recomenda-se...vivamente!


A não perder