Ora sou água, ora sou fogo,
E se me invento terra, ar
Que lhe leva o vento, ora
Sou nuvem, pura miragem.
Em verdade, nem por enfado
Ou por desafio, eu seria outro;
Mesmo que a vida, por um fio,
Preciosa, se remira em ouro.
Mais que a abelha à roda da rosa
Ou do mar lambido na praia
Ora sou prosa, ora sou poema.
Poente que sou, mirante de nada,
Cavaleiro andante, aventureiro,
Puro horizonte tudo o que sou…
Filinto Elísio
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