segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Contravento Pedra-a-Pedra


Em São Paulo


Nesta imensa floresta urbana, "Pindorama pós-moderna" como o meu amigo Crisolino, petista de fina estampa, chamava a sua cidade, leio no Blog de Ricardo Riso - http://www.ricardoriso.blogspot.com/ - um interessante comentário sobre "Sopinha de Alfabeto", revista literária que eu, o Mito (criador da ideia, diga-se), o Eurico Barros e o Arnaldo Silva ousámos nos idos anos 80. Creio bem que a nossa ousadia (de real pedrada no charco) se enquadrava num projecto maior de criação de uma "geração litero-cultural" - o Movimento Pró Cultura, liderado por José Luís Hopffer Almada, algo que carece de análises mais complexas, desapaixonadas e epistimológicas por parte dos entendidos. O texto de Ricardo Rico levou-me a reviver (sem saudades, nem pieguices) os bons tempos em que o "bando dos quatro" tentava a irreverência tangencial e subliminar de "incomodar" o estabelecido. E o facto de Manuel Delgado, outro saudoso amigo, ter caracterizado a iniciativa como “sinal de decadência infantil”, não tendo a revista “importância nenhuma”, nos dera um gozo enorme na altura. Estar na Arte é subverter, com metáforas impossíveis, o que se afirma óbvio. Estar na Arte é significar certos sinais de decadência. Vejo a Paulista no seu élan vespertino, com neblina e chuva, e resignifico o "PoeMito Concretista"...

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