Canta (e como me encanta) o peregrino,
esse pardal que chilreia de quase música,
e nele medram não só a suave neblina,
mas o que se soletra neste amanhecer...
Tanto canta que - aos seus males espanta
-, embevecido, se me instala o pranto,
pois esteta tem disso: vê poema e ledice
seja no temprano, seja no engodo e prosa...
Desacordado, no (re) verso, eis que cioso
sei que é pura fala tão disfarçada melodia,
quão fingida a lágrima que ora me percorre...
Mas já lúcido, na plenitude a animar o dia,
rio-me do que se mascara. Ser seu canto:
sinfonia. E minha tristeza: mais que pranto...
Filinto Elísio
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