domingo, 6 de maio de 2007

O que a eternidade ora me concede



Grutas, lapas e concavidades, esse escuro,
Esse estágio de contra-luz, lábios & gretas,
Presságios, loucuras, tantas elucubrações,
Excertos de nada, de tudo e de todos, em mim…

Lagos, lagoas e águas, barcos pelos espelhos,
Meus labirintos e rincões, recifes e outros mares,
As espumas que chalaçam natais, os reveillons
Do tremeluzir das velas frágeis – frias e frágeis…

Estatuas que não contam palavras e beijos,
Nem dizem ao crepúsculo vasto e violeta, o sol
A ser ali solfejo, aqui regaço, em todo o momento …

E o mais é molhares-me desse viscoso, o sereno
Serpentear das coisas em denodo, seres tu,
Fêmea fugaz, que a eternidade ora me concede…
Filinto Elísio

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