quinta-feira, 31 de maio de 2007

Slow stroll


Love and Paris Rain

Chove muito, em Paris. "Love and Paris Rain", como na musica de Brenda Russell. Margarida Duarte, a Embaixatriz, é uma excelente anfitriã. E amiga...desde os tempos de Nova Iorque.

170 Boulevard Saint-German

Em Saint-German de Prés, a Semana de Cabo Verde em França. Excelente iniciativa. Paris é isto: festa, festa e festa cultural. E o que realmente me apanha é o espirito do restaurante-café, Les Deux Magots. Pensar em Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Ernest Hemingway. O resto são as galerias de arte...

Montmartre

A noite terminou num restaurante cubano. Sopa de feijão, mandioca frita e pastéis de bacalhau. A boa cerveja parisiense. Queria ir ver o antigo atelier de Pablo Picasso, onde o mestre pintou "Les Demoiselles d' Avignon", mas não deu.

Saint-Augustin

Da janela do meu quarto, a linda igreja de Saint Augustin. A praça, o quiosque, os cafés. O letreiro a piscar vromm-vromm, algo ligado ao Euro Disney. Gosto de amar o amor. E tu sabes disso...
Saint-German
Amanhã, é a nossa palestra sobre a Cultura Cabo-verdiana e os Desafios da Globalização. Não queremos ser folcloricos. Arre...



Love and Paris Rain


Slow stroll on a misty night
Hearts soar under Paris lights
And the feeling is strange, as though we've been here before
It's coming to me now

I trip over stepping-stones
That lead to the deep unknown
But here you stand tall as Eiffel's tower
And every hour I'm deeper into

Love and Paris Rain
I could drown inside this interlude of
Love and Paris Rain
Take me now as I unfold my very soul unto you, my love
(I fall deeper)


And every hour I'm Deeper into

Slow stroll on a misty night
Hearts soar under Paris lights
It's coming to me now


Brenda Russel

terça-feira, 29 de maio de 2007

+ de 3.333

Em menos de três semanas, atingimos mais de 3.333 visitas neste Blog. O meu "hermetismo" entra pelas malhas dos "hits" pelo mundo. Quem (de tão analógico, com certeza) andou a propalar que os Blogs não são de se levar a sério? Os Blogs são fenómenos a revolucionar a comunicação contemporânea, primeiro, porque definem uma "agora" moderna da cidadania, e, depois, porque implantam um novo espaço criativo. O "eu" perdido na industrialização desse jornalismo e na calha dessa industria de massa, regressa ora livre e solto, expandindo entretanto o universo dos media. Diria até...albatrozmente.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Oh la toujours plus rase solitude




Oh la toujours plus rase solitude

Des larmes qui montent aux cimes.

Quand se déclare la débâcle

Et qu'un vieil aigle sans pouvoir

Voit revenir son assurance,

Le bonheur s'élance à son tour,

À flanc d'abîme les rattrape.

Chasseur rival, tu n'as rien appris,

Toi qui sans hâte me dépasses

Dans la mort que je contredis.


René Char

domingo, 27 de maio de 2007

Sopinha, Prémios & Homenagens




Sopinha

Um poeta e ensaista, confrade assumido por sinal, continua recorrente e redondo, incapaz de se libertar da Folha "Sopinha de Alfabeto". Porquê, meu Deus? Freud que explique...Não estarei a falar pelos outros, mas "Sopinha de Alfabeto" foi uma publicação experimental (diria até, experimentalista), ao tempo que se anunciava, no Mindelo, o 50° da Revista Claridade e que se afirmava, na Praia, o Movimento Pro Cultura. Não tendo com este Movimento ou com aquela Revista nenhuma referência e matricialidade, a Folha, publicada em 1986, apenas quis ser uma pedrada num charco de burocratas e de obtusos, o lodoso de camaradas de ladas & balalaicas, tempo magro da ética e da estética. Pessoalmente, foi uma experiência enriquecedora, dando-me, uma vez mais, a sensação da criatividade e da liberdade...

Prémios e homenagens

Ora essa, homem, eu não escreveria para prémios e homenagens. Nem faria corredores para passaportes diplomaticos e apliques afins. Poeta é Arménio Vieira, nessa circularidade marginal, onde a palavra subverte o quotidiano. Na mais perfeita metaforização do discurso, a ver se salva o pensamento. Afino-me a gente menos afoita à gloria dos pequenos deuses e mais disposta a entoar o hino da irreverência. Os versos transitivos, bem como os poetas que não entram em transe, precisam da tal grande cruz vermelha e os verbos de ligeireza, tal como o azedume dos abutres, demandam de mim um vade retro. O que me empresta enorme tesão à vida são os olhares. Mesmo aqueles que nem olham...

Paris


Deambulava, em profano, mil ruas de Paris
E ficava, demorado, pelas pontes e lias-me
"O Diario", de Anäis Nin, e desnudavas-me
Tu, onirica tela, onde também te ousavas...

Ora, eis Paris, eterna festa, sussuros de poeta,
Frestas de outra dança, saltimbancos e palhaços,
Espasmos de cavalheiros, jogos de damas, avatares
De um Império e seus atritos, suas estatuas eternas...

Eis Paris, meu banho de pétalas, halo perfumado,
Putas & travestis, "Rosace" & Place de la Concorde,
Tudo canta Edith Piaff, tantos olores e tua lembrança...

E como apetece morrer agora, partir para o nada,
Iconoclasta e descrente, à cara daqueles que olham
Aquém do Paradis, em que tu, sim, cantas as frutas...


Filinto Elisio

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Palavras soltas em Lisboa



Lisbon revisited

Em Pessoa, Lisboa com as suas casas de várias cores. Lisboa, de Alexandre O’ Neill. Da minha infância, em que a mãe nos repartia os bolos da Pastelaria Suiça. Dos meus encontros mais livres, à beira-rio e à Praceta da Estrela. Lisboa, de uma outra claridade…

Balbucio-te os poemas de Dimas Macedo

Há palavras que não se dizem assim de chofre. Miradas que não devem ser tão de soslaio. Desejos que, de tão latentes, nem precisam de revelação. Por certo, soubeste daqueles versos de Dimas Macedo, de que te direi só um pouquinho: Se eu fosse uma mulher/eu não queria/essas luvas estranhas/de aparência./ Eu deitaria nua com meu homem, /Eu ouviria música no seu ventre…

Casa da Morna 1

Cantinho mais aprazível. A chama da morna e a flâmula de Cabo Verde em terras lusas. Ver alguns amigos. Dois dilectos poetas – um, cabo-verdiano, e, outro, português. Pedir ao garçon uma taça de tinto, mas este traz-me um branco maduro. À saída, deixado em cima do sofá vermelho, o livro “O Silêncio de um Homem Só”, de Jorge Marmelo. E onde estivesse a criatura, não longe estaria o espírito do criador…
Casa da Morna 2
Também terei deixado um exemplar do "Das Frutas Serenadas". O mesmo sofá vermelho. Por um simbolismo inconsciente, quiçá besta e inapropriado. Alguém com tempo para a telepatia...em tempos tão cibernéticos. E ficam as "frutas" para os mansos de espírito...

The widow, my dear

Gostei de ter apresentado “A viúva virgem”, de António Ludgero Correia, na cidade da Praia. Sala cheia apesar da final do campeonato europeu, contrariando a quase verdade de que os intelectuais cabo-verdianos preferem futebol às letras. Outrossim, foi um exercício de quase crítica romanesca, que me apraz sobremaneira. Digo quase crítica, pois não me atreveria em sugerir camisas de força para o texto criativo de alguém. Gostei da linguagem desabrida de Ludgero Correia, que, pelos vistos, já ganhou o gosto pelas belas letras. E, como estou a caminho de Paris, ciente de não gaguejar em língua alheia, hélas…

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Recado

"Pagã triste e com flores no regaço"
Ricardo Reis


Nem poderias entender que a vela acesa,
de tão frágil fogo, desfeito outrora em lacre,
ora neste baú dos sonhos, lembranças vivas
Ainda as guardo, aqui e noutra estação,
Nossos momentos aliás, à beira das águas...

Filinto Elísio

Dos cuerpos

São 21H30 e vejo um programa televisivo, entre a sonolência e o interesse. Vejo-me no programa, mas não me enterneço. Pressinto algum encanto no dorso e na paisagem. Reparo em fiapas de sal e salitre. Balbucio Navio, em versos ali declamados. Sinto saudades, ganas e líbidos. Sangue nas veias. O latejar das têmporas. Tu...ao pé de mim. E me vem à memória o poema Dos Cuerpos, de Octávio Paz:

Dos cuerpos frente a frente
son a veces dos olas
y la noche es océano.
Dos cuerpos frente a frente
son a veces dos piedras
y la noche desierto.
Dos cuerpos frente a frente
son a veces raíces
en la noche enlazadas.
Dos cuerpos frente a frente
son a veces navajas
y la noche relámpago.
Dos cuerpos frente a frente
son dos astros que caen
en un cielo vacío.

terça-feira, 22 de maio de 2007

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O claro, o iodo e a clara

Das escuras e sombrias, caladas
Ou apenas taciturnas, de plúmbeas
Quase nuvens ou melodias por dizer,
Estar dentro, qual iodo, em água tua…

Do rebordo do corpo, navegante
Serei sempre aos poros e pêlos,
Cabelos mais escondidos, onde,
Escusos, os prazeres cantam…

Serei também o ficar demorado
Pelas dunas e o voltear, assim,
Pelas ondas rentes aos teus pés…

Serei ainda o imprevisível outro,
O de gemer de sol e o cloro em clara,
A gema luz, gruta que te advinha…
Filinto Elísio

domingo, 20 de maio de 2007

Tempo mais substantivo

Praia faz 149 anos

A Praia faz 149 anos. Em grande festa. Em verdade, é o arranque da comemoração dos 150 anos, a resumir-se em Maio de 2008. Este ano de 2007, foi só um cheirinho: o Monumento ao Emigrante, com grande simbolismo, na 1ª rotunda no Aeroporto Internacional da Praia; a Praça e o Monumento João Paulo II, santuário urbano da mais alta qualidade; o Festival da Gambôa, com 100 mil pessoas; o Programa Cultural Riba Praia e a Praia.Mov, animados e participados, por milhares, no Plateau; animações pelos bairros, intensas e caudalosas. Enfim, um tempo mais substantivo, para além das comemorações (e condecorações). Do tamanho da Praia. Imparável…

Das Frutas Serenadas

O livro foi apresentado, na sexta-feira passada, com a sala da Biblioteca Nacional cheia. Muita gente quis ver as frutas em forma de poesia. A apresentação de Dimas Macedo foi boa. Com alguns elogios ao autor que o fragilizam perante a parvónia local. A de Abraão Vicente surpreendeu-me pela positiva. Irreverente, como eu gostaria. O melhor da festa terá sido o Pablo a percorrer a sala, se calhar ciente de ser um dos donos das frutas. Só me estava a faltar o Denzel. E, irreversivelmente tu, minha saudosa mãe…

A Viúva Virgem

É já no dia 23 de Maio, o lançamento do “A viúva virgem”, de António Ludgero Correia, romance que será apresentado por mim, na Biblioteca Nacional. O autor reinventa um realismo fantástico, que se denota nos escritos de Henrique Teixeira de Sousa ou num ou noutro romance de Germano Almeida. Prosa bem conseguida, diga-se em abono da verdade. Às tantas, quero fazer o paralelo entre a Viúva e Emma Bovary, do famoso romance de Gustave Flaubert. António Ludgero Correia tem grande, mas grande interesse, como escritor. Leiam-no…
Gamboa
Não estive no Festival da Gamboa, entretanto. Ainda eu me permaneço em perda. Em acondicionamento existencial. A par disso, não tenho uma alma festivaleira e há géneros que não me tiram de casa. Com perdão pelo que digo...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Das Frutas Serenadas


Ceci n'est pas une pomme
René Magritte
(...)
Novo livro, o sexto, de Filinto Elísio, “Das Frutas Serenadas” (poesia), é lançado na próxima sexta-feira, dia 18 de Maio, na Biblioteca Nacional, com apresentação feita pelo Procurador da República e poeta cearense Dimas Macedo, e pelo artista plástico Abraão Vicente. Segundo Macedo, que prefaciou a obra, “este livro nos conduz à existência de um poeta maior, plural nas suas intenções, pleno na sua maturidade e no domínio dos seus recursos expressionais”.

“Das Frutas Serenadas” é editado pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, na sua Colecção Poesia, com o patrocino da Câmara Municipal da Praia, que inscreveu este lançamento no quadro das comemorações do 149º aniversário da cidade da Praia.
(...)

Rosa sol nesse poente



A sensação tardia de chegar
Ao rol das coisas que pulsam
Tuas causas, minhas, quando,
Em serena solidão, as tomo…

De cor e salteado, em cada marca,
Risco ou cisco, linho e puro corpo,
Esvaio eu e resvalas tu, só desejos
Como sussurros e harpejos nossos…

Não quero rimas para te navegar,
Nem alados verbos de te conjugar,
Outra fêmea que não musa fugaz…

Que guarde frémito em meu regaço,
O aninhar do rosa sol nesse poente
E me permita tardio em seios teus…

Filinto Elísio

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Divagância

Contador
::
Visitante:
1111
1.
Há cinco dias, introduzi o Contador no Blog e já atingi o lindo número de 1111. Não tenho ilações, nem ilusões, sobre isso. É bom saber de muita gente a visitar o Albtatrozberdiano. Inclusive de alguma gente com olhares fellinianos sobre ele. O Albatroz é democrata, pois já se permite de novo a perguntas e respostas, como em tempos das tertúlias pelo Jornal Visão…

2.
Hoje, à noite, viajo para Cabo Verde. Inaugurar o Monumento ao Emigrante, no dia 17 de Maio. Lançar o “Das Frutas Serenadas”, na sexta-feira, dia 18, pelas 18H15, na Biblioteca Nacional. Apresentar o “Viúva Virgem”, de António Ludgero Correia. Estar com amigos e familiares. Com o Pablo, sobretudo. Viajar de novo até Paris. Ficar horas esquecidas na Gare de Lyon. À espera de Godot…

3.
Edgar Morin disse: “Estamos no devir, e o devir comporta passado, presente e futuro”. Estamos, sim, na “divagância” e preste-se este Blog para isto!

domingo, 13 de maio de 2007


Le Bourgois Experimentel
MITO

Porta de ninguém

Hermético

O meu Blog não é bem muro das lamentações, nem bula de receita médica. É apenas o seu dono em striptease, não mais. Caetano Veloso, que admiro o verbo, terá dito que o Rei vai nu, sendo ele muito mais bonito nu. Uma imagem carnavalizada do Rei. Chinua Achebe, que também aprecio muito, lembrou que o Poeta sem problema com o Rei, tem problema com a Poesia. Outra imagem a dizer que o Poeta não tem que agradar a gregos e troianos, muito menos a cabo-verdianos e baianos. Nem sacerdotal, nem lacaio, estando mais nesta linha doida da Poesis, a cumprir afinal o seu Destino. E não me esqueço daquela frase de Tarkovsky: “O Destino persegue-nos como um louco armado de uma navalha de barba”…

Dos lugares

As Salinas de Pedra de Lume. Poucos lugares me encantam tanto quanto essa vasta cratera de sal gema. A sua envolvente paisagística mexe comigo. As casas térreas, os botes na praia, as estruturas arruinadas do Salins du Cap-Vert e o silêncio vão (neurasténico, como diria Jorge Barbosa), tudo me encanta e bole a minha fantasia. Entretanto, as vidas correm paralelas e as pessoas nem pressentem os momentos que, (quais areias pela clepsidra), vão deixando esvaziar das mãos.

Horas tântricas

Mesa para quatro. Bom vinho. Sortidos de sushi e sashimi. Fala-se do último livro de Vládia Mourão, presente, “Escritura do Tempo no Conto de Samuel Rawet”; do próximo livro de Filinto Elísio, também presente, “Das Frutas Serenadas”; do sexo freudiano versus sexo tântrico; do plasma para o Hospital Agostinho Neto; do discurso de Presidente Pires, ausente, a falar do Poeta Gerardo Melo Mourão, falecido; da inconstância do amor; do hermetismo e daqueles que fazem os caminhos que não passam pela porta de ninguém


Grito sem vozes
TUTU

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Semana de Cabo Verde em França




PROGRAMMATION DE LA SEMAINE
DU CAP VERT EN FRANCE
DU 25 MAI AU 03 JUIN 2007


Vendredi 25 Mai

A partir de 19h30 : Cocktail d’ouverture de la semaine à l’UNESCO
Lieu : UNESCO – 7, place de Fontenoy. 75007 PARIS
Réservation obligatoire

Samedi 26 Mai

10h00 : Lancement de l’exposition qui aura lieu du 26 Mai au 03 Juin
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
10h à 18h00 : Journée de la jeunesse
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
10h00 : Petit déjeuner capverdien « Cachupa guisada »
12h00 : Présentation et dégustation de la gastronomie capverdienne
13h00 à13h30 : Groupe de danse : Netos de Cabral avec DJ Adrien
14h30 à 14h45 : Accueil des jeunes par José Armando Duarte, Ambassadeur du Cap Vert en France et José Brito Ministre de l’économie : L’importance de la jeunesse dans la diaspora capverdienne
14h45 à 16h00 : Témoignages de Jeunes
Stomy Bugsy (Acteur/chanteur)
Aurélien Duarte (Sportif)
Domingas Monteiro (Entrepreneur)
Aurélia Dieng (Etudiante)
Dominique Mendes – Chico (Entrepreneur et DJ)
16h00 à 19h00 : Conférences sur le thème de L’immigration
Lieu : Hôtel de l’Industrie, 4 Place St Germain des prés—75006 Paris
Le rôle de la diaspora dans le développement socio-économique du Cap Vert
Intervenant : Monsieur Lucas Da Cruz
Le mouvement associatif de la diaspora capverdienne
Intervenant : Monsieur Alvaro Apolo

Les femmes de la diaspora capverdienne face aux enjeux de la mondialisation
Intervenante : Madame Elisa Andrade
Règles et principes de la politique d'immigration en France
Intervenant : Monsieur Pierre Francklin Tavares
19h00 à 19h30 : Défilé de mode : styliste Maryline Monteiro et Ludovina Oliveira Fernandes
19h30 à 21h00 Concert : Ize, Kamoka, LA MC Malcriado, La Vielle garde, Netos de Cabral

Dimanche 27 Mai

10h00 à 18h00 : Expositions photos, peinture, artisanat local …
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
Matin (horaire à confirmer) : Messe capverdienne
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
14h30 à 18h30 : Rencontre de la diaspora de France avec les institutions publiques (Institut des Communautés) et privées capverdiennes (Banco Comercial Atlantico et Caixa Economica de Cabo Verde)
Lieu : Hôtel de l’Industrie, 4 Place St Germain des prés—75006 Paris
18h30 Batuka ; groupes de Juvisy-sur-orge et d’Athis-Mons
19h00 Concert : Groupe Eça Monteiro
Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
19h30 Herminia
Lieu : Hôtel de l’Industrie, 4 Place St Germain des prés—75006 Paris

Lundi 28 Mai

11h00 : Inauguration officielle de la semaine avec les Institutionnels français et capverdiens, les exposants, les artistes, Suivi d’un cocktail
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
10h00 à 18h00 : Expositions photos, peinture, artisanat local …
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
18h00 : Concert avec Eça Monteiro
Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
19h00 -20h00 Tiolino
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris

Mardi 29 Mai

10h00 à 18h00 : Expositions photos, peintures, artisanat local …
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
10h00 : Conférence de presse sur cap vert
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
14h00 : En partenariat avec la Chambre de commerce et de l’Industrie de Paris et la Maison de l’Afrique, organisation d’une demi-journée de l’investissement et du tourisme au Cap Vert, avec rencontre et entretiens entre les entrepreneurs français et capverdiens (Sur invitation)
Lieu : Bourse de Commerce de Paris - 2 rue de Viarmes - 75001 Paris
18h30 : Concert
Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris avec : Sunny Boy et son groupe
20h00 : Spectacle de danse avec le Groupe Raiz de Polon
21h00 : Concert privé de Césaria Evora (300 personnes)
Lieu : Salle de réception de la Mairie de Saint Germain des prés- 75006 Paris
Mercredi 30 Mai
10h00 à 18h00 : Expositions photos, peintures, artisanat local …
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
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16h00 à 18h00 Conférence
La musique dans la culture du Cap Vert : Mixité et diversité
Intervenant : Monsieur Mario Lucio et Teofilo Chantre
18h30 : CONCERT : le groupe Guépard (zé di varzia)
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
19h00 : Concert : Mario Lucio
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris

Jeudi 31 Mai

10h00 à 18h00 : Expositions photos, peintures, artisanat local …
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
14h00 à 18h00 : Conférences sur le tourisme et les investissements au Cap Vert
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
Animé par Maitre Lydia Picoteiro et Monsieur Georges Medina
Présentation générale économique et sociale du Cap Vert
Quels sont les secteurs d’activité ouverts à l’investissement au Cap Vert?
Quels sont les acteurs et partenaires économiques ?
Intervention de Cabo Verde Investimentos,
la Bourse de valeur du Cap Vert, "um Cabo Verde do tamanho dos nossos sonhos". As possibilidades de Investimentos 2007
Banco Comercial Atlantico
Loid Engenharia
Caixa Economica de Cabo Verde
Chambres de commerce et d’Industrie de Barlavento et Sotavento
Concert
18h30 sur la Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris:
Avec les groupes Malaquias et Nenèzinho
19h00 Concert Lela Violào et Martin Schaeffer
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris

Vendredi 01 Juin

10h00 à 18h00 : Expositions photos, peintures, artisanat local …
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
16h00 à 18h00 : Conférences et workshop littéraire animé par Monsieur Luis Silva, avec l’intervention de Monsieur Germano Almeida, Monsieur Filinto Elísio Correia e Silva et Monsieur Corsino Tolentino
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
18h30 : Défilé de mode ; Tougani Virginie et Fatima Almeida
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
A partir de 19h00, sur la Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris,
concert avec le groupe Guépard ( Zè di Varzia)
19 :30 Malaquias et Nenèzinho,
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris

Samedi 02 Juin

10h00 à 18h00 : Expositions photos, peintures, artisanat local …
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris

15h00 à 18h00 : Conférences sur les thèmes de l’Histoire et la culture du Cap Vert
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
Les liens entre le Cap Vert et la France à travers les siècles
Intervenant : Monsieur David Leite
Histoire du Cap Vert : de la colonisation à l'indépendance
Intervenante : Madame Elisa Andrade
Insularité et développement aux iles du Cap Vert
Intervenant : Monsieur Michel Lesourd
La culture capverdienne et ses défis face à la mondialisation
Intervenant : Monsieur Filinto Elisio Correia

18h30 : Concert avec le groupe Ferro Gaita
Lieu : Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
19h00 : Concert VADU
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
A partir de 23h00 : Soirée dansante à la Locomotive avec concours de danse pour les jeunes et défilé de mode de la jeune styliste Maryline Monteiro
Lieu : La Locomotive, 90, boulevard de Clichy - 75018 paris

Dimanche 03 Juin

10h00 à 18h00 : Expositions photos, peintures, artisanat local …
Lieu : 4, Place Saint Germain des Prés, Boulevard Saint Germain, 75006 Paris
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18h00 : Gala de clôture – concert au Bataclan avec des artistes capverdiens
Lieu : Bataclan – 50 Boulevard Voltaire - 75011 Paris

Tatarana

Jorge, os meus parabéns pelo tetra do Tatarana, Blog do nosso convívio obrigatório. Creio até que espaço siamês ao Albatrozberdiano, no que toca à liberdade existencial da escrita. A Margarida Fontes, de Os Momentos tem razão: o Tatarana tem um sabor crioulo que nos encanta. Explico: de um lado, insularidade; doutro, humanidade. O estar entre a ilha e o cosmo é uma ambivalência existencial (por vezes, conflitual até), que confere singularidade a bem poucos intelectuais. Estará para breve o lançamento da nova revista, que desejamos com novas preocupações e angustias, apartada da pasmaceira local e temporal. O recado também vai para a Chissana, aka, Kamia do Sopafla. O texto, que mandou em tempo útil, continua aggiornato. Eu também sou um Blogueiro bissexto. Só escrevo quando a fome da escrita pedir. Mas as minhas dependências são mais freudianas do que vícios do café e do cigarro. Qualquer dia, me assumo louco de serviço e dou a ganhar aos nossos psicólogos de esquina. O meu falar (e falo grande e disperso) se resume a esta nota. Por ora, sou fã do Tatarana. Parabéns…

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Liberou geral


Criação da Imagem
Nelson Lobo

Há meia hora, introduzi aqui o Contador de Entradas. Há dias, abri o Blog para os Comentários. Fase aberta esta. Estou me estranhando. E, como diz o pessoal por cá, você liberou geral, cara!

Banho
Carybé

Cidade Velha – Património Universal

Cidade Velha, antiga Cidade de Ribeira Grande de Santiago, não é só o berço da Nação Cabo-verdiana, mas um dos espaços mais importantes das navegações inter atlânticas e da Rota dos Escravos, a partir do século XV. Uma fabulosa riqueza imaterial, hoje espalhada pelo mundo, nasceu e vigorou na Cidade Velha. Acrescido a isso, ela ostenta um enorme património edificado – uma parte em ruína, outra parte restaurada –, que se afirma como memória ainda viva de um passado que deu “novos mundo ao mundo”, no dizer camoniano. Este manancial de riqueza humana e patrimonial precisa ser tombado como Património Nacional e, acto contínuo, ser reconhecido como Património Universal da UNESCO. Sabe-se que uma Comissão foi designada para preparar e apresentar a candidatura à UNESCO, em Dezembro de 2007. Entrementes, a sociedade precisa acompanhar, mais de perto, a evolução do processo dessa candidatura importante para a Nação Cabo-verdiana. Deus nos livre do fiasco como foi a Candidatura da Tabanka a Património Universal da UNESCO. Uma mesa-redonda, na Televisão de Cabo Verde, seria esclarecedora para o público ansioso e expectante…

in: Cidade Velha – Património Universal

Vega´s on ice




Vampirizado

Completamente vampirizado, hoje não saio de casa. Respondo a uma dúzia de emails. Dou comigo na MSN a contar da entrega do relatório escolar e da conferência de ontem, na Academia de Letras e Artes do Nordeste. Preparo uma salada de alface, tomate, passas e atum de Cabo Verde, ao molho de bechamel. Ponho um litro de água de coco no congelador e ponho-me a ouvir Suzanne Vega. Vou aos Meus Documentos, do PC, e blogo um poema antigo, As retocadas fotos de Malraux –1.

Feliz Aniversário

O meu pai faz anos, amanhã. Com a perda irreparável da minha mãe, apercebi-me que nunca devemos adiar os abraços, afagos e outros mimos merecidos. Os dias passaram a custar mais, muito mais…

Diluiu-se coisa alguma

Afinal os intelectuais cabo-verdianos não conseguem radicalizar o discurso, quanto mais o pensamento. Incapazes de reformular paradigmas, estes mantêm-se lineares e maniqueístas. Estou absolutamente perplexo com os escritos de Humberto Cardoso, político relativamente esclarecido. O que ele afirma como “Diluiu-se Baltasar”, não passa de desmistificação da história. É que tudo estava montado falaciosamente, a contar a História com vozes viciadas. Com devido respeito, falaciosa é a frase de que a independência literária nasce com a Claridade. Por mais que se tente contextualizar o dito e por mais respeito que se guarde ao feito desse Movimento…

Pininha, o reizinho do escárnio

Leio também um texto de Casimiro de Pina, no Liberal Online. O amigo insulta, forte e feio, meio mundo. Se calhar nunca soube a sábia frase de Pedro Mexia de que um insulto custa um bocado. Dez insultos custam mais um bocado. Cem insultos não custam nada

O Estrangeiro

Saio à janela e vejo a multidão na Praia do Meireles. Muito calor. Só tenho medo de não me tornar Mersault…

As fotos retocadas de Malraux - I


Mizá

Tiraram-me Trotsky dessa Foto Família,
Retiraram-me o cigarro ao portait de Camus
E Madalena não me está, à Última Ceia,
Mas o raio do sol já, louco, se me desponta...

Olho para as coisas da sala e as molduras
Nem trazem esse sorriso, com que outrora,
Em radiante estação das rosas, eu encantava
O teu palpitante coração no lado de cá…

Que saudades levarei de molduras sem mim,
Se antes, e com muito ardor e gozo, nelas tive
Tantas venturas de fruta, broa e vinho…

Se, vezes sem conta, me perdi em labirintos
De melodias do teu corpo e me achei, de esteio,
Assim apartado, o raio do sol das alvoradas?
Filinto Elísio

terça-feira, 8 de maio de 2007

9 de Maio de 2007


Bordel
Carybé
Relatório

Encontro marcado com o meu orientador para a entrega do relatório sobre a evolução do trabalho científico - o que terei feito em Maio? -, sobre “As relações Cabo Verde – Ceará”, tese escolhida para dar corpo a um Mestrado de Administração de Empresas. O capítulo sobre o Comércio Informal, o sector afinal mais dinâmico destas relações, tem informações surpreendentes. Os “Rabidantes” fazem circular 15 milhões de dólares americanos em volume de negócios, em 2008, contra 7 milhões de dólares americanos, do sector formal, no mesmo período. Os dados falam por si…

TV UNIFOR

Ficou para as 15H30, a entrevista à TV UNIFOR, sobre os intercâmbios universitários. Serei abordado sobre as relações com Cabo Verde, a incidir no processo selectivo da UNIFOR, em Cabo Verde. Falando nisso, a UNIFOR estará a fazer o Vestibular para o próximo semestre, na cidade da Praia, a 8 de Julho de 2007. São 175 vagas abertas. É aproveitar a oportunidade, minha gente…

Academia Cearense de Letras

A fechar o dia, faço uma conferência sobre o modernismo na literatura cabo-verdiana, na Academia Cearense de Letras, a mais secular do Brasil. Ocasião para ver bons amigos que, apesar de “imortais”, apreciam caudalosas cavaqueiras. Ademais, o frescor do Ideal Clube presta-se a isso. Intenso convívio cultural. Às vezes, falta à cidade da Praia…

Bordel hermético

Não me imaginaria em pândega hasta las ocho. Nem me queria à bífida língua de pseudo-intelectuais. Muito menos a galgar madrugadas com pacóvios e toupeiras. Era outra a imagem que fazia, sobretudo a que queria. Freud explica. A poesia morreu, num ano em que o melhor de mim também acabou. Dream is over. Por culpa minha, quem sabe…

Pronominais


'Abaporu'-1928
Tarsila de Amaral
óleo/tela 85 X 73cm
Assin.:"11-1-1928",
aniversário de Oswald de Andrade

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro.

Oswald de Andrade


Mores mimos

Mulher na Rede
Carybé



Se vós víreis donzela que amimava
uma serpe cruel que a ofendia,
e que esta mais amava, e mais queria,
sem embargo do mal que lhe causava,
se vísseis que esta mesma a quem amava,
em pago deste amor a destruía,
e tanto com mor fúria a perseguia,
quanto com mores mimos a afagava,
não pasmáreis de ver que estava entregue
a […]
Baltazar Estaço

circum-lóquio

(pur troppo non allegro)
sobre o neoliberalismo
terceiro-mundista
laisser faire laisser passer


1.
o neoliberal
neolibera:
de tanto neoliberar
o neoliberal
neolibera-se de neoliberar
tudo aquilo que não seja neo (leo)
libérrimo:o livre quinhão do leão
neolibera a corvéia da ovelha

2.
o neoliberal neolibera o que neoliberar
para os não-neoliberados:
o labéu?o libelo?
a libré do lacaio?
a argola do galé?
o ventre-livre?
a bóia-rala?
o prato raso?
a comunhão do atraso?
a ex-comunhão dos ex-clusos?
o amanhã sem fé?
o café requentado?
a queda em parafuso?
o pé de chinelo?
o pé no chão?
o bicho de pé?
a ração da ralé?

3.
no céu neondo neoliberal
anjos-yuppies
bochechas cor-de-bife
privatizam
a rosácea do paraíso
de dante
enquanto lancham
fast-food
e super
(visionários) visam
com olho magnânimo
as bandas(flutuantes)
do câmbio:
enquanto o não- neoliberado
come pão com salame
(quando come)
ele dorme
sonhando
com torneiras de ouro
e a hidro
banheira cor
de âmbar
de sua neo-mansão em miami

4.
o centro e a direita
(des)
conversam
sobre o social
(questão de polícia):
o desemprego um mal
conjuntural
(conjetural)
pois no céu da estatís-tica o futuro
se decide pela lei
dos grandes números

5.
o neoliberal
sonha um mundo higiênico:
um ecúmeno de ecônomos
de economistas e atuários
de jogadores na bolsa
de gerentes
de supermercado
de capitães de indústria
e latifundários de banqueiros
- banquiplenos ou
banquirrotos
(que importa?
de
de que circule
auto
regulante
o necessário
plus
valioso
numerário)
um mundo executivo
de mega-empresários
duros e puros
mós sem dó
mais atento ao lucro
que ao salário
solitários (no câncer)
antes que solidários:
um mundo onde deus
não jogue dados
e onde tudo dure para sempre
e sempre
mente nada mude
um confortável
estável
confiável
mundo contábil.

6.
(a
contra
mundo
o mundo-não-mundo cão-dos deserdados:
o anti-higiênico
gueto dos
sem-saída
dos excluídos pelo
deus-sistema
cana esmagada
pela moenda
pela roda dentada
dos enjeitados:
um mundo-pêsames
de pequenoscidadãos-menos
de gente-gado
de civis
sub-servis
de povo-ônus
que não tem lugar marcado
no campo do possível
da economia de mercado
(onde mercúrio serve ao deus mamonas)

7.
o neoliberal
sonha um admirável
mundo fixo
de argentários e multinacionais
terratenentes terrapotentes coronéis políticos
milenaristas (cooptados) do perpétuo
status quo:
um mundo privé
palácio de cristal
à prova de balas:
bunker blaudurando para sempre - festa estática
(ainda que sustente sobre fictas
palafitase estas sobre uma lata
de lixo)



Haroldo de Campos

Subi cuscus


MITO
Técnica mista sobre tela.
100x70 cm. 2006.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Praia, de madrugada



Praia, de madrugada, coando luz
E Madragoa, barras de amor,
A Voz da América, sacos de haxixe,
No giro nocturno da baía…

Híbridas mulheres, carros de luxo,
Cães vadios, pedintes, noctívagos,
A brisa bole, em jeito de pipa, és tu,
A capa avulsa de um Paris Match…

Também parecida contigo a noite,
O que sobra de haver constelação,
Para que a insónia se apazigúe…

Outra musa, nem por isso igual a ti,
A nua, de nudez assaz desvalida,
De como vai em lua, a tua máscara…


Filinto Elísio

Encontro


Soube que jamais virias ao nosso encontro,
Vaticínios e planos, a traça nos guardanapos,
Taças manchadas de vinho, côdeas de broa,
Rendez-vous, se desenhado, como desejado…

Virias, com os teus labirintos acesos, abismos
De queda demorada, vazios silenciosos, tomados
De tudo, pequenos ruídos, de atómicos rangeres,
Graves, aves, brisas, no hiato em que te revelarias…

Mãos de afagar, em melodia, trarias ao encontro,
O charco quente e o aconchego dos teus olhares,
A sina descrita, porem cifrada, das minhas viagens…

De tudo que ficou adiado – metáforas, sobretudo –,
Deixarei resguardar em suas loucas margens,
O mel da tua saudade, essa coisa toda liquefeita…

Filinto Elísio

domingo, 6 de maio de 2007

Dos meus confrades - alguns excertos

Trombeta envergonhada


Excerto de crítica literária do amigo Carlos Augusto Viana


(…) Em todas as épocas, as narrativas lendárias, alicerçadas em mitos, sempre exerceram um grande fascínio, uma vez que os homens buscam, de certa forma, encontrar no mito uma fonte de inspiração, quer para a criação de obras, quer para a compreensão do mundo e das coisas. O mito, como todo símbolo, é ambíguo. Assim, tanto se refere ao verdadeiro quanto ao falso, pois palmilha tanto os caminhos da fantasia quanto os da realidade. (…)


Trombeta Envergonhada, de Haim Nahman Bialik


Vládia Mourão e a Escritura do Tempo

Excerto de crítica literária do amigo Dimas Macedo


(…) Bem diverso do tempo objectivo, que a todos interessa de forma plural e indiscriminada, existe o tempo subjectivo que se aloja na base do espírito e que fascina, essencialmente, a todos os artistas e especialmente aos escritores de maior expressão e tirocínio. Se tomarmos o tempo do delírio imaginativo dos dois principais personagens do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis, ou se apelarmos para o tempo circular que movimenta o fluxo da consciência (e da linguagem) de Leopoldo Blom, o célebre personagem de Ulisses, monumento supremo da literatura de Joyce, podemos observar o quanto o tempo, em sua dimensão subjectiva, é um aliado forte de todos os escritores engenhosos. (…)


Escritura do Tempo no Conto de Samuel Rawet, de Vládia Mourão

O que a eternidade ora me concede



Grutas, lapas e concavidades, esse escuro,
Esse estágio de contra-luz, lábios & gretas,
Presságios, loucuras, tantas elucubrações,
Excertos de nada, de tudo e de todos, em mim…

Lagos, lagoas e águas, barcos pelos espelhos,
Meus labirintos e rincões, recifes e outros mares,
As espumas que chalaçam natais, os reveillons
Do tremeluzir das velas frágeis – frias e frágeis…

Estatuas que não contam palavras e beijos,
Nem dizem ao crepúsculo vasto e violeta, o sol
A ser ali solfejo, aqui regaço, em todo o momento …

E o mais é molhares-me desse viscoso, o sereno
Serpentear das coisas em denodo, seres tu,
Fêmea fugaz, que a eternidade ora me concede…
Filinto Elísio

sábado, 5 de maio de 2007

Comentários


A pedido de muita gente (impressionante quantidade, note-se), abro espaço aos Comentários. Doravante, os Visitantes do ALBATROZBERDIANO podem e devem dizer algo sobre este Blog e sobre os seus Posts. Tenho recebido emails – de Cabo Verde à China, da Islândia à África do Sul, passando pela Suiça, EUA e Brasil –, a comentar sobre os meus textos que alguém, em elogio subconsciente quiçá, considerou herméticos. Reafirmo aqui continuar na mesma linha de conteúdo, fazendo, oportunamente, alterações na linha gráfica do Blog. Eu terei sempre Liberdade Total. Imponho, entretanto, aos comentaristas os limites da ética e da elegância. É o mínimo olímpico para se estar aqui, caros amigos.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Periódicos


Dos periódicos, sugiro aos amigos lerem revistas e jornais interessantes que douram as bancas deste planeta. A propósito, precisamos reclamar por bancas de periódicos na cidade da Praia. Ou livrarias híbridas, com cafés e restaurantes, além de salões de leitura. Tenho um projecto chamado Café com Letras, a ser implementado na Praia. É tudo que queria este bibliotecário e bibliófilo. Um pequeno espaço cultural. Mas falávamos dos periódicos…

Revistas

The New Yorker
Caros Amigos
Revista Colóquio Letras
Magazine Littéraire
Time Magazine


Jornais

Le Monde
El Pays
Folha de São Paulo
The New York Times
The Guardian


Super interessanteDiário do Nordeste – edição de Domingo.

Spider-Man 3


Leituras implacáveis


Dos livros que vou lendo – em alguns casos, relendo –, gostaria de os recomendar aos amigos. Estruturei-me para leituras implacáveis. A cada mês, uma média de 4 livros. Às vezes, leio seis. Outras vezes, só dois. O importante é ler coisa boa, algo que acrescente luz às réstias de trevas que levamos na vida. Neste Maio, a calha está cheia – todos livros já lidos, algures.

Ficções, de Jorge Luís Borges
Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
O Sangue dos Outros, de Simone de Beauvoir
Os Búfalos do Campanário, de Audifax Rios

Bónus trackA Viúva Virgem, de António Ludgero Correia
Nota - Este livro de António Ludgero Correia será publicado em breve e serei eu o apresentador. Por isso, a leitura será diagonal, cruzada e redonda. Exigindo uma intro-visão do texto. o intro-texto, diria...

Bienvenue au Salon du livre 2007


Grande exposition
Lever de rideau sur Fernand Léger
(plus…—>)
Hôte d'honneur
La Russie
(plus…—>)
Expositions spéciales —>
Nicolas Bouvier, de l’Afghanistan au Japon
(plus…—>)
Hergé, à l’occasion du centenaire de sa naissance
(plus…—>)
Alice aux pays des merveilles
(plus…—>)
Cahiers dessinés de Buchet-Chastel
(plus…—>)
L’affiche polonaise
(plus…—>)
Marionnettes, Frédérique Santal
(plus…—>)
Habiter la lecture
(plus…—>)
Swiss Press Photo 2006
(plus…—>)
Espace voyages culturels
(plus…—>)
Evénements et animations —>
Slam Poésie
(plus…—>)
Espace Poésie
(plus…—>)
Cercle de la Librairie et de l’Edition Genève
(plus…—>)
La Passerelle des mots
(plus…—>)
La Chasse au trésor
(plus…—>)
L'action Don du livre
(plus…—>)
La Bataille des livres
(plus…—>)
Chouette espace – Le P’tit littéraire
(plus…—>)
Le Village alternatif
(plus…—>)
ADM, Atelier des médias
(plus…—>)
CAC Voltaire
(plus…—>)
Prix des auditeurs RSR
(plus…—>)
Prix TSR
(plus…—>)
Prix Chronos
(plus…—>)
Prix Enfantaisie
(plus…—>)
Prix FNAC
(plus…—>)
Lire et faire lire
(plus…—>)
Championnat suisse d’orthographe
(plus…—>)
Halte-garderie
(plus…—>)
Débats, conférences, lecture(s) sur la scène du Café littéraire
Innombrables signatures et dédicaces
4e Salon africain du livre, de la presse et de la culture —>
Les salons parallèles
Japan Manga Festival
Salon de l'étudiantSwissUp! L’Hebdo
Europ’ARTFoire internationale d’art

Os bens dos naufragantes


Dedicado a Fernando Hamilton (MITO) Elias,
pelo grafismo poético

Regresso

O avião da TACV fazia a aproximação para o Aeroporto Internacional Pinto Martins e, da escotilha, eu perscrutava a luzes da cidade. Fortaleza, a Bela. Há quase um mês fora de casa, sinto falta do meu travesseiro, do meu computador, da minha janela em 10º andar e dos transeuntes pela Avenida Beira-Mar. Sinto falta de mim, em Fortaleza. Do frenesim académico, das tertúlias no Clube do Bode e da minha solidão reconfortante…O poeta está na encruzilhada existencial. De um lado, intenso e produtivo. Doutro lado, apático e triste. Como se tivessem jogado uma névoa na sua vista ou deixasse entrar frieira no coração. Bato com a mão na madeira, mas o agoiro é mau - esse veículo negro a rodar pelas madrugadas, para a pândega dos seus detractores. Estes, campeões da vilania, incapazes de glória e graça. E declamam, vociferantes adorações, os cáusticos versos de Arménio Vieira. Helena, minha cabra e etc…

Os bens dos naufragantes

Ao sair do avião, lá estás tu a pensar em mim. Telepatia, Panterinha. Com muito prudente zelo, como diria Padre António Vieira. Ter-te-ei decepcionado às vezes. Mas julgo ter-te encantado mais vezes. A preposição de fé e de amor que me dedicas. Semeadora que deitas ao meu coração o trigo das paixões. E no pretório de Pilatos, afastas de mim o cálice envenenado. O quanto te devo por estes bens dos naufragantes

Em Cabo Verde

Fiz de tudo, um pouco. Participei do Simpósio sobre o 1º Centenário da Geração do Movimento Claridoso. Abordei nessa jornada os aspectos dialécticos no Modernismo Cabo-verdiano – o papel de Jaime de Figueiredo. Afigurei-me, mais do que nunca, não claridoso, capaz de reconhecer, entretanto, o papel importante desse Movimento. Tanto que sou consultor de um programa televisivo – Claridade Incandescente, de Margarida Fontes, produzido pela TCV. Pude também acompanhar a evolução do Monumento ao Emigrante, de que sou co-autor, com Carlos Hamelberg. E, no próximo dia 17 de Maio, estaremos a inaugurá-lo, no quadro das celebrações do 149º Aniversário da Cidade da Praia. Nessa altura, apresentarei aos praienses o meu livro Das Frutas Serenadas - striptease poético. Escrevi, o quanto pude para as coisas em que acredito. Para as causas, que ainda tenho. E alguns bons momentos, que não transcendem…


Homem-Aranha, de negro

Pensando no meu kodé, Pablo, de 4 anos, e no meu primogénito, Denzel, de 15, aceitei o convite da minha amiga Mariam para a estreia do Homem-Aranha 3. Este filme marca o início da alta temporada dos filmes para as férias do meio do ano, disse-me ela. Mariam, para quem não sabe, é uma amiga de 18 anos, estudante de Direito na Universidade Federal do Ceará e poeta influenciada pela Geração Beat. Por conseguinte, ela gosta de quadradinhos, tatuagens, cartoons e comics – todo o grafismo que os nossos ideogramas exigem. De vez em quando, revisito a Mariam, porque é sempre coisa nova e refrescante. Boa amizade. Adianto que nunca fui um aficionado pelo alter-ego de Peter Parker – essa personagem aracnídea ou tão-só essa simbiose alienígena de repórter, o Homem-Aranha. Mas não é fácil recusar aos convites da Mariam. Além do mais, quero estar aggiornato com a linguagem dos meus filhos…E haja teia para o intelectual gostar de Homem-Aranha. Desta feita, de negro…

Jornal Horizonte

Gostei do post da minha amiga Kamia, no www.sopafla.blogspot.com, sobre o encerramento do Jornal Horizonte. Nada de dramas. Foi bom e eterno enquanto durou. O convívio foi demais, no limiar do horizonte das amizades e do respeito. Jamais censurou ninguém o editor desse Jornal que há de fazer falta a muitas vozes. Fiquemos ora pela cloaca fétida dos media partidarizados. As Margens chegaram ao fim. Ladeavam elas o vasto rio da liberdade…