quinta-feira, 13 de abril de 2006

Sol posto

Sol posto

O desamparinho foi quase nada. De um ai, o sol cambou-se no poente e no regaço do nada ficou este anil, mesclado de violeta e magenta. Ter-te-ia dito no chat duvidar dos deuses, dos pássaros em torvelinho e dos romances de Dan Brown. Da ponte metálica – chamam-na Ponte dos Ingleses-, restam a minha solidão, um casal que namora o fim-da-tarde e as jangadas de velas brancas. Estas, lembram à música de Fagner…

Diário de um homem normal

Mau grado a praga, proferida em ódio, e que às vezes pega. Morte, perseguição e/ou prisão, quando não invalidez ou exílio, e bate-se aqui em madeira, não vá o diabo tecê-las. Dizia, apesar do mau agoiro e do bad vibe, como diria o Denzel, agraciou-me ela, implacável como sempre, com a premonição da loucura. Isso me deixou feliz e mais humorado, nesta semana - mais chata que santa, diga-se -, em que escrevi (de uma assentada) a peça “Diário de um homem normal”, que, entrementes, prometera a um dramaturgo.

Os donos do mundo

Diante de um portentoso, mas esteticamente feioso, monumento, de soslaio e de esguellha se lhe roçavam os contornos, o Homem Normal começava assim o seu dia: pareceres ao ministro, dois telefonemas ao director do Gabinete e a leitura diagonal de um pedido de patrocínio. Refeito da primeira rotina, ele telefonava à cantina a ver se havia a pizza de chouriço e navegava (sempre sem querer) pelos blogs da praça. E o monumento, eterno naquele semblante de pedra! Escrevia um plano de trabalho e desistia de convencer aos donos do mundo que a radicalização seria mister. Matava-se nos dias. Aliás, estava morto de há muito. Como o mostrengo do monumento…arre (para não dizer porra)!

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