Para Nancy Morejón e Omar Camillo
Tendes vós, com mesuras retesadas, a noite
Com que o Judeu, de Shakespeare, dita ali
Sua injustiça, profana ou santa, em Veneza
E encanados fostes do Verbo, e em primo frutos…
Fostes, das tremeluzentes estrelas, a cadente
E a rápida trajectória do risco e do cisco, ao micro
Olhar de um campónio aos vastos campos
E a mão incerta que à linha o peixe aguarda…
Poetas, como pescadores na lua, e em pluma
Flutuam no jusante das palavras e a medra,
ora pedra, ora Fedra, à sombra e sua metáfora…
Em primo ou sopro derradeiro, Esopo ou átomo,
Ilhas irradiadas no espaço anil e vão do mar,
Sois de mim, dados frutos, oh implacáveis…
Filinto Elísio
Fortaleza, 2 de Abril de 2006
Fortaleza, 2 de Abril de 2006
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