sexta-feira, 14 de abril de 2006

Estranha nuvem

Uma estranha nuvem negra instala-se,
Pesada e vagarosa, onde, até ontem,
Corria, risonho, o meu coração
De criança ávida de graça e paz…de tudo.

Nuvem que não se explica, porque ruidosa,
No seu próprio silêncio e grave, aqui
E ali, onde quer que caminhe, na terra
E na lua, e direi no pensamento, mormente.

Um tanto esquecido, de mim e da morte,
Procuro dissipar a neblina e o frio, misteriosa
Brisa que, esquecida, retorna à minha lembrança.

Sem métrica, nem rima, de um reverso somente
Carrego, qual Sisifo, a filosofal pedra da vida
E vou à morte remediado de tudo…de tudo.

Filinto Elísio

Sem comentários: