Uma estranha nuvem negra instala-se,
Pesada e vagarosa, onde, até ontem,
Corria, risonho, o meu coração
De criança ávida de graça e paz…de tudo.
Nuvem que não se explica, porque ruidosa,
No seu próprio silêncio e grave, aqui
E ali, onde quer que caminhe, na terra
E na lua, e direi no pensamento, mormente.
Um tanto esquecido, de mim e da morte,
Procuro dissipar a neblina e o frio, misteriosa
Brisa que, esquecida, retorna à minha lembrança.
Sem métrica, nem rima, de um reverso somente
Carrego, qual Sisifo, a filosofal pedra da vida
E vou à morte remediado de tudo…de tudo.
Filinto Elísio
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