sábado, 10 de janeiro de 2009

Terminador, Pessoa & anos a cumprir



Justiceiro em Cena Mix


Ides ao programa "da Rosana" lavar más consciências e paleios defensivos que o vosso legalismo (oxalá escola não faça) impõe à sociedade. A saciedade, que faz de nós cobaias de uma justiça de chacha, chega a ser letal. Prudente foi o meliante que, ciente de ser linchado num dos blackouts da Electra, se entregou à choça, lúgubre de onde não deveria ter saído. Podeis escrever crónicas doutas, de pseudointelectocracia e estranha jurisprudência, que não me convenceis da democratura de estarmos a comer pincho & churrasco, à cervejaria estupidamente gelada, entre facínoras, thugs & violadores. Nisso não tendes poesia. Surrealismo fora da Arte denota uma cloaca mental. Naturalmente que gostaria de ver a justiça cabo-verdiana em 3D, mesmo depois do fugaz encontro entre José Maria Neves e Jorge Santos. Ou a animação em vídeo, com versão para Playstation 3.



Outra pessoa


Há um poema de Fernando Pessoa que mexe comigo. O nosso existencialismo, por ser infernal o outro, será sempre relacional. São estes versos:


Como é por dentro outra pessoa

Quem é que o saberá sonhar?

A alma de outrem é outro universo

Com que não há comunicação possível,

Com que não há verdadeiro entendimento.


Nada sabemos da alma

Senão da nossa;

As dos outros são olhares,

São gestos, são palavras,

Com a suposição de qualquer semelhança

No fundo.



Anos a cumprir


Regressando a Praia, cidade que me abraça como nenhuma, dou de caras com o aniversário da minha irmã Benilde Filomena Correia e Silva. Na intersecção entre o corpo e a alma, em cuja rama o verbo se me revela sempre poético, só sei que a Eternidade nos beija a fronte e, em dias de frio e de vento, nos promete paz, muita paz, nestes anos a cumprir...

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