Justiceiro em Cena Mix
Ides ao programa "da Rosana" lavar más consciências e paleios defensivos que o vosso legalismo (oxalá escola não faça) impõe à sociedade. A saciedade, que faz de nós cobaias de uma justiça de chacha, chega a ser letal. Prudente foi o meliante que, ciente de ser linchado num dos blackouts da Electra, se entregou à choça, lúgubre de onde não deveria ter saído. Podeis escrever crónicas doutas, de pseudointelectocracia e estranha jurisprudência, que não me convenceis da democratura de estarmos a comer pincho & churrasco, à cervejaria estupidamente gelada, entre facínoras, thugs & violadores. Nisso não tendes poesia. Surrealismo fora da Arte denota uma cloaca mental. Naturalmente que gostaria de ver a justiça cabo-verdiana em 3D, mesmo depois do fugaz encontro entre José Maria Neves e Jorge Santos. Ou a animação em vídeo, com versão para Playstation 3.
Outra pessoa
Há um poema de Fernando Pessoa que mexe comigo. O nosso existencialismo, por ser infernal o outro, será sempre relacional. São estes versos:
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Anos a cumprir
Regressando a Praia, cidade que me abraça como nenhuma, dou de caras com o aniversário da minha irmã Benilde Filomena Correia e Silva. Na intersecção entre o corpo e a alma, em cuja rama o verbo se me revela sempre poético, só sei que a Eternidade nos beija a fronte e, em dias de frio e de vento, nos promete paz, muita paz, nestes anos a cumprir...
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