domingo, 17 de junho de 2007

Solilóquio



Dançando zouk

No “Domingão do Faustão”, da TV Globo, o concurso de danças de salão – desta feita, o zouk –, mobiliza a minha atenção. Paradoxalmente, vejo-me mais interessado que o habitual e fico estranho diante do fenómeno. Não levo tanto a sério as “passadas” e os “cambrês”, bem como as sinuosidades, das celebridades, mas algo dessa música sensual tem mesmo a ver comigo. É uma questão de pertença e de identidade. Será música cabo-verdiana? Sei lá! Mas terá de ser música cabo-verdiana para ter algo a ver comigo? Eu me identifico com o bom samba, salsa, blues ou fado. O bom tango, com certeza. O jazz, do clássico ao free, passando pelo bop. O que me dá “groovie” é a alma. Mais alma, como dizia Orlando Pantera. Venha em forma de morna ou de batuque. Ora venha também em forma de zouk. Pois, livre de alguma coisa esdrúxula, entro nessa dança…

Tudo pode acontecer

Pode não ser hoje. Nem amanhã. Mas algo há de vir. Assim quando menos se espera. Alguém a bater à porta e, sem pedir licença, a entrar pela casa dentro. Também não importa arrumar a sala, trocar o sofá azul pelo vermelho. Nada diz que será a domicílio. O aeróbio não saiu de moda. Mas o interessante é que nem terá lugar marcado. Pode até surgir na esplanada defronte. Ou no cais que dá para o oceano. Tudo pode acontecer…

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