Técnica mista sobre papel. 150 x 100 cm.
Mito - 2000
E eu te coma, coração, cada bocado
Desse corpo e, à fome, te resguarde
Para o santo repasto de mais tarde,
Onde, à gula, te beba, meu vinho…
E eu te saiba, ali como um adivinho,
Prenunciando simples aragem, nuvem
Ou penugem em teu pêlo, este ladrão
Que te deseja só groselha e vadiagem…
Me embriague agora e todo o sempre,
Ter-te santa, fruta ou fêmea, tal musa
Que me não tire de cuidados e acaso…
Deambule, eu de aceso e louco, ruas,
Avenidas e alamedas, em perdidos
& achados, covas de sêmea, ó fome…
Filinto Elísio
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