quinta-feira, 14 de junho de 2007

Da fome e sede, ó sêmea

puppets on a G - string
Técnica mista sobre papel. 150 x 100 cm.
Mito - 2000









E eu te coma, coração, cada bocado
Desse corpo e, à fome, te resguarde
Para o santo repasto de mais tarde,
Onde, à gula, te beba, meu vinho…

E eu te saiba, ali como um adivinho,
Prenunciando simples aragem, nuvem
Ou penugem em teu pêlo, este ladrão
Que te deseja só groselha e vadiagem…

Me embriague agora e todo o sempre,
Ter-te santa, fruta ou fêmea, tal musa
Que me não tire de cuidados e acaso…

Deambule, eu de aceso e louco, ruas,
Avenidas e alamedas, em perdidos
& achados, covas de sêmea, ó fome…

Filinto Elísio

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