quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um mar que inexiste


Relâmpagos em Braga

Aqui não há mar, só há cão. Lá estás tu, meu Poeta, a pensar que as crianças, com mães pelos braços, são autênticos relâmpagos. Entrementes, Louis Armstrong, mais conhecido por Big Louis, o buldogue na esquina, começa a latir, mas depois pára e instala-se uma espécie de silêncio. Já nada sobra do seu vozeirão. Apenas o barulho espraiado de um mar que inexiste…

Uma questão de beleza

Termino de ler, às tantas pela madrugada, “Uma Questão de Beleza”, de Zadie Smith. Não tanto pela narrativa, que é bem composta e fluida, mas, sobretudo, pelos retratos (de Cambridge, Boston e arredores), que me são familiares, gostei do romance. Comprei o livro, na Byblio, em Lisboa, para oferecer e levei-o a Braga. Li-o, a cuidados, mas com sofreguidão. O Outono em Nova Inglaterra. Fall...

O stopover no Porto

Dizes-me que os gregos antigos assistiam a um teatro de máscaras (o dos “hupókrates”, de onde derivariam “hipócritas” destes dias) e que os actores, assim protegidos, estavam livres para dizer o indizível.

Lisbon Blues

O meu amigo Marc pega no contrabaixo e toca-me, em primeira mão, uma composição inédita. Lisbon Blues é o nome da canção. E tu danças, ágil e graciosa, como a borboleta que bate as asas na China…

Budas Ditosos

Leio o que diz Rui Knopfli, sobre Jorge Amado. Irascível, Knopfli diz que o baiano é um péssimo escritor e um aldabrão de feira. Em verdade, esse escritor moçambicano acaba de proferir mais uma asneira grossa. A blasfémia, mais do que a luxúria, deveria ser catalogada na lista dos Sete Pecados (se não Capitais, seguramente artísticos). Falando nisso, outro baiano, João Ubaldo Rodrigues, autor de "A Casa dos Budas Ditosos", ganha (com toda a justiça, diga-se) o Prémio Camões 2008…

Singapore’s Divide

Antes de “descer” de Braga a Lisboa, vejo, pela estação televisiva Al Jazeera, uma excelente reportagem sobre o incremento da pobreza em Singapura e o da riqueza em Angola. À primeira, espantam as duas novas realidades. Mas, à segunda, não se justifica que os espantos sejam espasmos, convenhamos…

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