Há momentos em que as espumas dos lugares me obrigam a escrever sobre as coisas que leio. Em abono da verdade, isso não é um exercício recorrente. De molde um tanto bissexto, vou ponderando aqui e acolá a escrita dos outros. E faço-o com o exclusivo propósito de reinterpretar leituras. Não tenho outro interesse, creia-me o leitor. Obviamente que a grande notícia terá a ver com os partidos políticos cabo-verdianos. Os jornais fazem deles manchete insistente, à falta de móbil assaz mediático. Ganhasse um crioulo o Prémio Nobel. Mas não…
Pelo lido e acontecido, no plano real e no virtual, o MPD renovou-se, trazendo para a arena o Eng° Jorge Santos, candidato único à liderança. Estranhou-se o silêncio das eventuais tendências que davam um outro colorido a esse partido. O mesmo acontece com o XI° Congresso do PAICV, em que o Dr. José Maria Neves vai à sua própria reeleição, como candidato único. Onde estão as tendências que até ontem conotavam a democraticidade interna desse partido? A agravar os Estados Gerais dos partidos, a extinção do PCD, consagrando inexoravelmente a bipolarização. A pacificação interna dos dois maiores partidos e a consagração histórica da bipolarização numa sociedade em que a opinião pública se autonomiza ainda tímida e as instituições, bem como os empresários, procuram melhores caminhos, dizia-se, esta nova reconfiguração qualifica o processo democrático? Perguntas desta natureza não faltam. Faltará com certeza quem as queira responder…
Leio também a crónica de um confrade, que habitualmente gosto, mas fico mesmo esquisito. Quanta violência contida! A tertúlia tem de chegar a tal ponto? O pomo da discórdia justifica tamanho escárnio e maldizer? O extremar das posições chegou aos píncaros da ofensiva e da contra-ofensiva? Não sei quem seja o tal energúmeno de que o cronista se refere, nem importaria saber o porquê de assaz crispação. Nós, simples mas atentos leitores, gostaríamos de ficar pelo diapasão das crónicas a que o confrade nos habituou: análises límpidas, opiniões abalizadas e posições refrescantes. De quem é culto, na acepção académica e erudita do termo. Tão à margem do apupo dos imbecis…
Crónica consequente é ainda aquela de Ludgero Correia sobre o Estatuto Administrativo para a Cidade da Praia. Antes de mais, vem o texto a calhar, pois o Governo acaba de anunciar a ideia de reforma administrativa do país, sob a panaceia da Regionalização. Talvez coubesse, agora como nunca, debater o Estatuto Especial – e já agora os custos da capitalidade – à luz da Regionalização. Oportuna também, porque há mudança de guarda na Associação Pró Praia, abrindo espaços para outros debates e outras movimentações. O importante é não arrepiar caminho, nem perder os propósitos de promover a capital de todos os cabo-verdianos. Ainda que soe como eco no desfiladeiro, repito: de todos os cabo-verdianos…
E agora José? E agora você? A esta indagação drummoniana, respondo com riso e siso: no prumo da minha própria independência. A gostar de Cabo Verde com amor para lá de patrioteira. Diria até que existencialmente. Ainda que nestas paragens não haja Nobel para ninguém. Mas há Doutor Honoris Causa, sim senhor. Deixo a surpresa no ar, a partir de Fortaleza. Cada um tem a sua forma de contribuir. Uns organicamente, nesta ou naquela trincheira. Outros livremente, sendo a cidadania sua praia mais íntima. Sem lenço, nem documento. Brabu na txada…
Pelo lido e acontecido, no plano real e no virtual, o MPD renovou-se, trazendo para a arena o Eng° Jorge Santos, candidato único à liderança. Estranhou-se o silêncio das eventuais tendências que davam um outro colorido a esse partido. O mesmo acontece com o XI° Congresso do PAICV, em que o Dr. José Maria Neves vai à sua própria reeleição, como candidato único. Onde estão as tendências que até ontem conotavam a democraticidade interna desse partido? A agravar os Estados Gerais dos partidos, a extinção do PCD, consagrando inexoravelmente a bipolarização. A pacificação interna dos dois maiores partidos e a consagração histórica da bipolarização numa sociedade em que a opinião pública se autonomiza ainda tímida e as instituições, bem como os empresários, procuram melhores caminhos, dizia-se, esta nova reconfiguração qualifica o processo democrático? Perguntas desta natureza não faltam. Faltará com certeza quem as queira responder…
Leio também a crónica de um confrade, que habitualmente gosto, mas fico mesmo esquisito. Quanta violência contida! A tertúlia tem de chegar a tal ponto? O pomo da discórdia justifica tamanho escárnio e maldizer? O extremar das posições chegou aos píncaros da ofensiva e da contra-ofensiva? Não sei quem seja o tal energúmeno de que o cronista se refere, nem importaria saber o porquê de assaz crispação. Nós, simples mas atentos leitores, gostaríamos de ficar pelo diapasão das crónicas a que o confrade nos habituou: análises límpidas, opiniões abalizadas e posições refrescantes. De quem é culto, na acepção académica e erudita do termo. Tão à margem do apupo dos imbecis…
Crónica consequente é ainda aquela de Ludgero Correia sobre o Estatuto Administrativo para a Cidade da Praia. Antes de mais, vem o texto a calhar, pois o Governo acaba de anunciar a ideia de reforma administrativa do país, sob a panaceia da Regionalização. Talvez coubesse, agora como nunca, debater o Estatuto Especial – e já agora os custos da capitalidade – à luz da Regionalização. Oportuna também, porque há mudança de guarda na Associação Pró Praia, abrindo espaços para outros debates e outras movimentações. O importante é não arrepiar caminho, nem perder os propósitos de promover a capital de todos os cabo-verdianos. Ainda que soe como eco no desfiladeiro, repito: de todos os cabo-verdianos…
E agora José? E agora você? A esta indagação drummoniana, respondo com riso e siso: no prumo da minha própria independência. A gostar de Cabo Verde com amor para lá de patrioteira. Diria até que existencialmente. Ainda que nestas paragens não haja Nobel para ninguém. Mas há Doutor Honoris Causa, sim senhor. Deixo a surpresa no ar, a partir de Fortaleza. Cada um tem a sua forma de contribuir. Uns organicamente, nesta ou naquela trincheira. Outros livremente, sendo a cidadania sua praia mais íntima. Sem lenço, nem documento. Brabu na txada…
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