domingo, 22 de outubro de 2006

Jazz has a sense of humor


Domingo é dia relaxado

Um rápido alô. Domingo é dia relaxado, não muito dado à escrita. Faxina geral, leitura dos jornais da terra (e riso de frases como “A pulsão totalitária”, de um colunista amigo) e audição de uma aula gravada sobre os empreendedores e o meio ambiente. Acabei de trocar o Gin´n tonic dos fins-de-semana pelas sessões musicais. Música e água mineral. Passando em revista os conselhos do Barão de Itararé, de Brinkerhoff Torelly, encontrei esta deliciosa frase: «O fígado faz muito mal à bebida». Coisas que o Pranchinha adoraria ter dito…Mas, dizia, troquei tudo pela música. Menos o vinho tinto, naturalmente, que alguém jurava não fazer mal à hipertensão. Jazz has a sense of humor, de Horace Silver, é o que recomendava agora aos mais novos…

Negócios com o Ceará

Escrevi um artigo para o jornal O Povo, de Fortaleza, sobre as relações entre o Ceará e Cabo Verde e quis mostrar ao leitor cearense as virtualidades em se relacionar com o nosso país. O incremento de negócios é um fenómeno real, sendo que muitos empreendimentos cearenses já se reestruturam para parcerias com Cabo Verde. A boa nova é que o Banco Mundial vai bonificar os empresários cearenses que abram negócios no Arquipélago ou ali arranjem sociedade com os empresários cabo-verdianos. Bom que se saiba – e importa dizê-lo sem papas na língua – que o pessoal no Ceará trabalha a sério no sector comercial, que se tornou no grande gerador de riquezas, empregos e tributos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um crescimento de 40 mil para 127 mil estabelecimentos comerciais, entre 2000 e 2004. Aliado a esse fabuloso crescimento, o comércio, principalmente o de Fortaleza, está a tornar-se "cada vez mais complexo e completo". Uma das características do sector é o predomínio dos micros e pequenas empresas, que correspondem a 99% dos estabelecimentos existentes. Outra característica marcante é o elevado nível de informalidade, pois 56% dos estabelecimentos não são registados. Isso explica-se na medida em que são negócios que não exigem muito capital para iniciar e, mesmo assim, são capazes de gerar renda familiar. Em Cabo Verde ainda não quantificamos o peso das Rabidantes, os novos Lançados, para o equilíbrio das famílias. Esse marasmo não permite uma política bancária para o sector informal, nem uma política de crédito comercial que considere novas parcerias. Os nossos empresários, micros, pequenos e médios, precisam tomar tento a esta realidade, aprendendo a fazer joint-venture com os cearenses e a ampliar negócios não só na África Ocidental, como no Brasil. E porque não nos EUA, já que até esta nunca soubemos tirar o melhor partido do AGOA.

Os grandes pensadores

Dou mais uma gargalhada, às tantas, lendo o texto do meu amigo. “É a esperteza de Marx, que pensava ter descoberto as leis da História”. Não sendo marxista, nem marxólogo, tenho por mim que o grande pensador alemão mereceria outro tipo de tratamento e de análise. Assim como Adam Smith, Alexis de Tocqueville e outros. Em verdade, os grandes pensadores produzem teses e postulados, que não passam de verdades cujo Tempo cuidará de testar e ultrapassar. Todo o pensamento traz em si o lado jurássico, mas nem por isso perde a sua qualidade histórica e científica. Por isso, continuamos a amar, com devida e profunda vénia, homens como Leonardo da Vinci…

Nossos deuses de esquina

Soube do “bate-boca” na imprensa entre duas figuras da nossa praça. Pracinha, diga-se de passagem. O pitoresco provinciano. Assim, a cultura de maledicência, do murmurejo e da crítica infundamentada continua bem presente entre nós. Fazer o quê? O pessoal desconhece que a palavra é sagrada. Primeiro era o verbo. Depois viria a frase: olha o respeito! Esta não é do Barão de Itararé, pois que o Pranchinha continua aceso. E vai valendo pela gargalhada. Jazz has a sense of humor. E domingo é dia relaxadíssimo…

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