(A palavra mar morreu há muito.
Esse mar, quem sentiu mar?
Mas tu, de acreditares em fénix e
nas cinzas dos caminhos, profanas.
Impiamente, profanas esta quietude)
Quando pronuncias a palavra mar
Este ilhéu diante de ti se liquefaz
E vira ele próprio metáfora e parte
Como onda para o abraço das terras…
Só de o teres mentado, os peixes
Saltitam no assombro das pedras
E as sereias saem, loucas das lendas,
E aproximam-se ao cio das marés…
As algas, limos, areias, espumas -, tudo
Soletra-lhe ali em maresia e de tão longe
Estará ele navio na solidão do mundo…
Nesse surrealismo tão bizarro e vão
Quão poemas de longe e de saudade
De repente, substantivos de quem os ouve…
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