(Reabre-se o pano: Eis que frutal e louco,
ele entra em cena para fazer o madrigal.
Imagina-se o diálogo das frutas entrelaçadas no cesto.
Mais arfantes do que plásticas, elas se permitem à fala)
Solfejo no gosto de pitanga o acordar contigo
O arfar fruído, quando não tão-só flutuante
- e há de o sol descrever seu arco no diurno -,
Em que as horas soluçantes se perdem…
Dou graças ao cajá e à fruta-do-conde, a terra,
O vento, a água, o ar e o arfante deste animal,
Medusa, como dizes, que petrificas de olhar,
Para além das cobras do teu “dread”…
Cai a noite e, de brumosa tocatina, dançam
Os pés que, embebidos no teu pântano, és tu
Virada pelo avesso, manga rosa e seu reverso…
E quando, em carnuda, me mordem os lábios,
desfeito em rosa manga, de laço e de caroço, eu
amanheço, resinado e pura fruta, nesse leito…
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