quinta-feira, 1 de junho de 2006

Em defesa do património


O património histórico da bela cidade de São Filipe continua a provocar aceso qüiproquó. A cadeia da polémica alargou-se e assiste-se agora a uma divergência de posições entre o Governo e a Câmara Municipal. Esta última acusa aquele de “politicamente inconveniente e tecnicamente inoportuna”. Sinal de ambiente democrático, meus senhores. Vejam o fenômeno pelo seu lado positivo. O âmago de tudo é a preservação e a promoção do património histórico, um dos maiores recursos da cidade de Pedro Cardoso. De momento, não se antevê outro factor alavancador do desenvolvimento de São Filipe que não o investimento pesado na sua história e no património que a testemunha. Para um turismo sustentável e integrador, como é moda afirmar. Delapidar esse património ou mesmo negligenciá-lo é claramente perigar o futuro da cidade. As atitudes de Fausto de Rosário e outros, a despeito das querelas antigas, algumas típicas da freguesia, devem ser tomadas como uma chamada de atenção para o futuro patrimonial, no rol das riquezas nacionais. Eu louvei-os e saudei-os, de espírito aberto. E naturalmente que Manuel Veiga fez a coisa certa em pedir delicadeza, elegância e competência. O património histórico transcende o crivo exclusivo da Câmara Municipal. E já agora é assunto que extravasa o próprio Governo. É questão (interdisciplinar) que interpela a todos (e não apenas os da nossa geração). A perspectiva demanda por isso a cidadania mais crítica. Pessoalmente, pareceu-me simplista, anacrônica e redutora a forma como a edilidade vem enfrentando o afrontamento protagonizado, em boa hora, por Fausto de Rosário e outros...

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