terça-feira, 16 de setembro de 2008

PoeMito

Mito
Stiba na tubuko
Técnica mista sobre tela. 70x100 cm
Nu Bai

Não poderia faltar ao repto de apresentar NU BAI, pelo talento que reconheço a esse artista plástico. Igualmente, a ele me liga uma relação ontológica e existencial, tendo a Estética por pano de fundo. Com Mito, edifiquei vários rituais de cumplicidade, não apenas plásticas, mas literárias, teatrais, cinematográficas e musicais, bem como aquelas pantagruélicas em várias paragens do mundo. De uma forma muito especial, registo que a Mito devo também o incentivo, a energia toda do afecto e a força vital, que às vezes me falta para, nestes tempos, persistir na recorrência artística. O seu desvelo diz de perto sobre quase tudo que, de último, venho realizando nos campos da Poética.
De Rerum Natura

Take it easy, my brother, que não és responsável pelas armas atómicas, pelo buraco na camada de ozono, pelo aquecimento global ou mesmo pela invasão da Geórgia. Tão pouco pagarás pela pobreza franciscana destes bairros. Ou pelos kasubody a cada esquina. A Electra é tão-só nossa burrice colectiva e partilhada. Somos nós a (in) Cultura que, para lá dos significantes, nos deixa sem significado. Contrariamente à Arte do Estado, teríamos de investir no Estado da Arte, dissemo-lo já. Como todos na aldeia, teríamos de ter a consciência das nossas fragilidades. As de todos e as de cada um. As nossas circunstâncias são o diabo, entrementes. O Reino dos Céus aos mansos de espírito e aos humildes de trato. As discordâncias, que não conferem o fim-do-mundo, precisam de um framework da ética, da tolerância e da elegância. Sejamos, no mínino, cavalheiros. Segundo Umberto Eco, a verdade, mesmo a social, a cultural e a política, não afirma que o que é novo esteja necessariamente certo. Pelo contrário, ela baseia-se no tal princípio da «falibilidade», como sentencia também Charles Pierce e Karl Popper. Nós, deste lado, preocupamo-nos com a Vida. A Estética Global. Lago de Garda, Monte Pico de António, o satyagraha de Mahatma Gandhi…que maravilha!
Stiba na Tubuku
Tendo também pela Arte um zelo que só terminará com a Vida, apanágio, aliás, do nosso mestre Padre António Vieira - o justo Imperador da Língua Portuguesa, como quis o imenso Fernando Pessoa -, continuarei com esta flâmula, minha natura simplesmente. Assim, o Albatrozberdiano irá alternar, sempre com relances da Poesia, as escritas (i) domésticas, civis e mercantis; (ii) de novas, de recomendação, de agradecimento, de queixumes, de desculpa e de graça e (iii) públicas, invectivas, consolatórias, laudativas, persuasórias e outras.

Sem comentários: