Há dias que caminham silenciosos
Como se rastejassem à soleira
Das nossas almas esquecidas
E olhassem de soslaio a solidão
Também nossa…
Há dias insidiosos, à flauta
Em que o mago engana a serpente
E este, de puro fogo, crepita
À Eva e sua profanada maçã
- ó libidinosas…
Dias há que nos adentram o lar
Pela fresta das janelas e do pensamento
E ficam quietos, como lamentos,
De murmúrios tão-somente
E em desenlace…
É quando a poesia soletra
Na vertigem deste lugar
- chamemo-lo poisio ou viagem –
Onde se refugia o Albatroz,
Príncipe das nuvens…
Filinto Elísio
1 comentário:
Belo. E curioso, eu levo tempo a decorar um poema mas lembro-me deste. De onde?
Enviar um comentário