domingo, 10 de setembro de 2006

Melodia



Despeço-me de assaz versos
Como quem se aparta
Da casa onde nasceu...

Por Pedro ou Sísifo
E (soubeste-o sempre) longa
A minha viagem, deixava-te
As palavras que já são pássaros
E este enorme desplante
De rosas nas estrofes...

Por certo, uma frase ou tão-somente
(perfumada crase) de não contida
Crave em pedra e alma tua
O dentro de tais frutos
- nós (digamo-lo também)
Olhando a lua...

Quem sabe, o meu ir desnude
O dia em seu porvir, quando
E antes que – dos versos! –
Nos anoiteça (agora ou no eterno)
A melodia...


Filinto Elísio

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