Lendo New York Times
Pretenda-se serem criminosos de guerra apenas aqueles que não bombordearam Bagdade, Belgrado ou Gaza City. Pretenda-se serem julgados pelo Tribunal Penal Internacional os genocídios que não foram em Chechenia, em Mongólia ou em Mexico-USA Border. Os maus são os outros: iranianos, cubanos, norte-coreanos, venezuelanos. O pobre tresanda! Nós somos os melhores. We are the best. WASPs e seus afluentes. A Hollywood faz filmes. A Disney Production faz bonecos. Acarneiramo-nos à vista desarmada. Vamos sendo filhos da puta a passo de ganso. Mata-se no Tibete, em Darfur e no Curdistão. No Afeganistão aquilo está um horror. Aqui ao lado, na Guiné-Bissau, um Presidente é esquartejado e o cinismo internacional fica silencioso. Nem todos os antigos camaradas têm ombridade para estar no cortejo fúnebre. Tão amigos que nós éramos. Terminei de ler Gomorra, de Roberto Saviano. A virgindade não existe e não será uma questão de hímen, baby. Março. De Teatro e Mulher. Incomodo? Não seja por isso. A reacção de um artista cabo-verdiano ao comentário de um outro artista cabo-verdiano. Who cares? A nuvem a passar vale mil bizantinices. Prefiro contar as ondas. Em cada sete, uma viria para mim. Era assim na minha infância...
Cidade Velha
Cidade matricial, mater dolorosíssima. Primordial. As minhas escolhas trazem outros óculos de ler Cabo Verde e estes não têm lentes exógenos, nem aros sapientes de uma elite a quer fazer o branqueamento, se não a lavagem de um activo histórico, que é o afrontamento cultural, literário e identitário dos cabo-verdianos. Escolhas que questionam um país crioulo que não oficializou ainda a língua cabo-verdiana, em paridade estatutária à vigorosa e importante língua portuguesa, nem consegue descortinar que a identidade cabo-verdiana nasce, não com o chamado Nativismo, e muito menos com o Movimento Claridoso, mas com a aventura antropossocial e cultural que se configura já no século XVI.
Pelas águas dos Blogs
A propor a repactualização dos olhares sobre a poesia cabo-verdiana que, a par do telurismo, muito arreigado durante o período Claridoso, está hoje eivado de deriva existencial. Tempo circular, espiral. Palimpsesto, de não piche o grafite. Há que passar pelas novas águas dos Blogs, dos vídeos poemas e das linguagens com outras gramáticas, sintagmas e sêmeas. Pelas águas tão-somente.
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