Da antiga fotografia
O que aconteceu (e acontece) na Guiné-Bissau, independentemente das razões, a todos entristece. Mais do que isso: ensombra-nos. Que o processo de complots e morticínios face parte do processo histórico desse País, isso já o sabíamos. Paira no ar o cheiro nauseabundo dos cadáveres e dos vivos, que à causa da política, virão a ser assassinados. Da antiga fotografia, tirada em 1975, à família revolucionária, todos foram morrendo “de morte matada”, pela severina fatalidade da ganância e da arrogância. Os últimos eram Tagme aa Wie e Bernardo (Nino) Vieira. O primeiro morreu a 1 de Março, num atentado à bomba. E o segundo (para fechar o drama de tal fotografia) morreu, esquartejado e baleado, a 2 de Março. O que se possa dizer desta história, alguém conte o seu conto. Oxalá, já sem a maldição fotográfica, seja desta o fim do ciclo da violência.
Solidão roubada
Tenho um amigo sob uma tremenda provação, mercê das calúnias e da maledicência. Sem entrar no demérito de certas acções, aqui se ergue o amigo à antiga. Não seremos ouvidos para ruídos alheios. Nem seremos tolerantes à desfaçatez de “interessados”, quando escondidos sobre anonimato, mas com respaldo de certa imprensa e de certa facção que enquista o sistema, tentam montar uma realidade. Creiam que o cronista não vos será tecelão sem fio. A meada não nos aquietará para o amanhã que se apronta, posto que ninguém tem o direito de nos roubar a solidão.
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