terça-feira, 7 de agosto de 2007

Joyce

Estava na cara, como pelo sobrenome - Correia e Silva -, sermos primos. Mas o nome era lindo, quase título de um romance a escrever: Joyce. Tinha apenas 18 anos, nascera na Holanda e vinha sempre beber na fonte da cabo-verdianidade. Sei que tinha planos, muitos planos. E, quem sabe amava alguém, como se ama nessa idade! Soube, pelos jornais, do desastre mortal que a vitimou, ali perto do Monte Negro, Santa Cruz.
Em memória de Joyce deixo estes versos de Fernando Pessoa:

Nunca supus que isto que chamam morte
Tivesse qualquer espécie de sentido...
Cada um de nós, aqui aparecido,
Onde manda a lei certa e falsa sorte,

Tem só uma demora de passagem
Entre um comboio e outro , entroncamento
Chamado o mundo, ou a vida, ou o momento;
Mas, seja como for, segue a viagem.

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