segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A contarem das sêmeas

Fui às pracetas, onde nem poemas, só pombos
Soletravam à beira dos charcos, nas gretas da rua,
Bêbados, nem todos noctívagos, nem felizes,
Bebiam mágoas – ora euforias, ora metáforas,
E vi ali ainda poetas, dos que sofrem palavras,
A contarem das sêmeas o soçobrar dos versos
E dos bocados de sílabas, pela inércia surda,
Retirei ali retratos da tua nudez e, em surdez,
Já de serem só silêncios e sonetos as sobras,
Mais do que pracetas, terços e tercetos, viagens,
Nuvens que nem fonemas, quase morfemas,
Tuas broas, loas e outras ilusões, tão fêmeas
Tais flores nos jardins dos reversos, inversos
De nada. De tudo. De nada, afinal…

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