segunda-feira, 2 de julho de 2007

As aventuras de Batman e as últimas da Tequilla



1.
Estou na cidade da Praia, há alguns dias, mas não tenho saído praticamente de casa. Passo o tempo a escrever e, nas horas vagas, revejo alguns amigos e familiares. O melhor dos meus dias, porque tempo de qualidade, são as conversas com o meu filho Pablo. Obviamente, não entra o “estranho gato” que vai pela TACV, nem a decisão do Pró Praia em não “dormir na forma”, mas as aventuras de Batman e as últimas da Tequilla, o poodle que veio do Brasil…

2.
Escrevi ao meu amigo Dimas Macedo, ora em momento sabático, comentando o texto do nosso, também amigo, Audifax Rios. Este falava do ser humano, esse estranho bípede, como um coquetel de paixões.

3.
Sim, dá que pensar a sabedoria dos gregos antigos e vê-los como encaravam a complexidade humana, embutida das suas entidades – Eros, Ludus, Estorge, Ágape, Pragma e Mania. De todas, Eros é o deus do amor, movido pela paixão e pela libido. Ludus é uma espécie de poeta, fugindo aos compromissos do poder e do quotidiano. Estorge apaixona pelos amigos. Ágape é misógino, nem gosta de sair de casa. Pragma é prático e interesseiro, de todas é a que serve para fazer política. E Mania é ciumenta patológica, nada a ver com a razão, obsessiva nas suas coisas. Diante desta olímpica exposição dos gregos antigos, só nos resta tentar entender que o outro lado das coisas também tem luz e sombra, precisando, como deste lado, um reflexo de espelho…

4.
Li um texto de Jorge Tolentino e, para além da sua fina pena, gostei como crítica a falta de ética de pretensos colegas, aderentes e afins. A mediocridade, tão maledicente quão subjacente, exige, em santa verdade, briga desabrida. Homens maiúsculos, como Tolentino (o Jorge, naturalmente), precisam-se nestas paragens. Aqui, nesta Tapadinha, onde se queimam santos com “santos de casa”, se ofendem pessoas sob anonimato dos jornais online e se financiam campanhas com certos dinheiros, dizia, aqui neste lugar, outrora de morabeza, mas ora de panfleto anónimo, cada vez mais, precisamos dos homens bravos. Dos que não se agacham…


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