quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pelas muitas águas do Nilo

Escreva eu mais que sonetos, à beira destes dias; versos livres, à-toa e à macheia, que, em diversas prosas, mariposas virando borboletas e metamorfoses outras (como as de kafka, por exemplo), não sejam em mim, para além do equinocial momento, as noites iguais aos dias. Aquelas, mais do que estes, são mil e uma, com Sharazade a contar histórias. Mas que os dias, aqui de repetida, possam também voar, em navegantes, suas palavras irrepetíveis de muitos sóis. Escreva-lhes, pois, sem estorvo, quem o possa fazer, expulso ele ainda desse paraíso, em sina de no-la devorado - a maçã em sêmea sua, diria. Subjazem, de recordar teu corpo e o travo Agosto de como te amava, o espartilho e o pó jogado ao vento, nós como o mito egípcio de Osíris. Subjazem sim os bocados de nós em tal esquartejar pelos desertos e o tempo, sendo brisa, que nos espalhava pelas muitas águas do Nilo, o não haver para o sonho outro rio que não aquele...

Sem comentários: