quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bonzai #1

1.

O Big-Bang, explosão dita do começo, foi um arremesso de Deus. Tal estrondo, re-experimentado aí há tempos perto de Genebra, por tamanho alvoroço, máquina de trovar trovão, também era Ele. E, quanto ao resto: o polvilhar das estrelas, o encantar da lua e mesmo tu assim nua – extasiada pelos encantos do vão ao átimo -, presumo ainda ser o Criador, cosmogónico como só Ele, de reinventar tudo pela Palavra. E dela, não escondeis, que se sabe, a Nomenclatura…

2.

Mas, às vezes, no silêncio dos montes, a impressão do arremesso persiste. Uma espécie de abraço do cosmos ao caos. Algo a elogiar o infinito. A sensação de infinitude que só as ilhas emprestam. Talvez desista Ele disto tudo. Moisés partiu do Egipto, mas não chegou à Terra Prometida. Ficou pelo caminho. Zion train, canta alguém em desespero. Há gente que procura Babilónia de autocarro. Eu apenas perscruto teu corpo com GPS. Queria lá eu descortinar teu Ponto G! Apenas pressentir ali o halo do Criador já era todo o meu querer…

1 comentário:

Rute Pires disse...

... antes a fome de Prometeu acorrentado, saciada pela intéprida suscetibilidade dos dias que lhe corróem não as vísceras, mas as entranhas da alma que se esvai em cada bicada...
amo muito tudo que leio aqui...