segunda-feira, 21 de novembro de 2005
Monte Verde
Deu-me um branco. Um blackout na mente e, de repente, não vejo nada. Nesse relapso, o mundo parou. E tudo deixa de fazer sentido. Nem a tua mão faz sentido. Nem a rosa friorenta no alto do Monte Verde. Nem a portentosa baía e a frenética malha urbana. Nem o Vasco no seu tibetano exílio. Nem os falcões, nem as águias. Os corvos que grasnam pelas encostas. As pedras silenciosas à mercê da ventania. As nuvens vagarosas. Tudo a marcar o instante de nada. E esvai-se o branco. As cores regressam aos céus e algumas ilhas, e ilhéus, aparecem no painel do meu pensamento. E a tua mão recomeça a fazer sentido…
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