Queria música, aquela que se arranca da imaginação e se instala, possessa dos arfares, nos respirares teu e meu. Queria, fossem acordes de Villa Lobos e de Egberto Gismonti. Ou Milton Nascimento cantando, baixinho, quase em sussurro, Guardanapos de Papel. Para que os caminhos do encontro tivessem sinuosidades melódicas. Que o frenesim dos nossos corpos, mesmo não se reflectido em dança nesse espelho, nos soubesse, entretanto, ao descaso de braços entrelaçados e à verdade de estarmos atordoados pela hipótese de lua. Bem que poderia ser uma canção napolitana. Às vezes, serviria um fado. Outras vezes, uma morna na fímbria das pensativas horas. Mas, sendo samba, bossa-nova ou tango, teremos de ter olhos cerrados e as nudezes declaradas. Ou quando a própria música diz “it’s time for slow dancing” e dançámo-la na síncope de um contra-baixo e à dolência de um trompete de Wynton Marsalis. Love and Broken Hearts, minha Princesa. Em momento de procura, se não como dizes do meu atrevimento, em que te emento esta loucura, juro que me serve, mais que qualquer verve, oh meu ledo devaneio que me reduz à rima pobre, realejo estranho serei este que se enamora. Faça-se lua ou não…
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