Enquanto não nos assumirmos antropofágicos. Ou antropófagos, como queiram. Enquanto a inércia nos impede esse lado canibal. Sou Hanibal, diria, tudo que esta cidade nos merece. E nos impende: “é pá, tá quieto, que os dados estão lançados”. Podem aviltá-la. Violá-la e estripá-la. Podem até enterrá-la viva. Torne-se ela vosso escárnio, meus algozes e detractores. Silenciem-na. Qualifiquem seus filhos com os piores adjectivos do léxico. Ilegalizem-nos o verbo e o gesto, o canto e a alma. Colonizem-na. Neocolonizem-na. Autocolonizem-na. Invadam-na aos poucos. Às vezes, com Cavalo de Tróia. Outras vezes, tirem o vosso cavalinho da chuva, nada de anestesias, meus imbecis. Instaurem a lei seca, a do Fim da História e a da Pena Capital. E contem em plena praça que esta paz é eterna. A tal bomba termonuclear para a Esplanada, porra. Acabem de vez com essa cor azul de camaleão. Aviltem-na com a pseudointelectualidade dos betinhos apressados, nesses bares merdosos, sem poetas que valham, nem metáforas que medram…
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