sábado, 2 de dezembro de 2006

Tamareira



Tristeza, minha Tamareira? Assim como “os frutos dos coqueiros não são só cocos”, o amor vai para lá das tâmaras. Não direi aqui das coisas veladas. Nem mostrarei o fio de Ariana no labirinto em que te encontras. Olha-te ao espelho, meu tudo. Acaricia-te até que o Narciso quede ali de quatro. Sacia-te da fome e sede, das coisas por dizer e por fazer. Lambuza-te das flores e dos frutos. Broas, vinhos, uvas, azeitonas e alcaparras. O pão saloio das mesas de vime e crepitem no pensamento os teus imortais pecados. Solta-te, do âmago, das profundezas de ti. Pródiga festa de ti própria. Fica nas dunas, em beleza tão-somente. Tu és bela, Tamareira. E fique tudo em melindre, inclusive as coisas que não digo. Inclusive, as noites de lua. As noites sem os dias indexados. E agora é Música…

Sem comentários: