Dou dos dados metáforas que tenho,
Até dava a larva que a vida trava,
Tudo soletrado em soneto, palavra
E o que me encrava, desde o antanho…
Dou também, como daria, verbos,
Interstícios e garbos, só vícios de mim,
Misérias sim, natalícios desencontros,
Outrora eras Musa, agora solstícios assim…
Se desse, já que algures darei, o corpo
À terra de estar contigo, Senhor permita
Que tramita em lacre meu pensamento…
E de tudo dado, e desse dar ali sobrasse,
Contentamento e, por ti, doce momento,
Errante nuvem, e eu aqui em viagem…
Filinto Elísio
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