Monumento ao Emigrante
Cidade da Praia
Carlos Hamelberg & Filinto Elísio
Chuva à tua varanda
Mal refeito da síndrome do stress pós-férias, eis que me retorno ao quotidiano. Não foi fácil, mas cheguei à conclusão que a mesmice não paga o preço e que a felicidade é a metáfora que a vida nos concede. Em verdade, estando aqui ou na China, importam, antes de mais nada, a realização e a felicidade. Às vezes, é uma chuva miudinha ao largo do Chemin des Carabouts, em Genebra. Outras vezes, é a chuva mais intensa, pressentida na Av. Beira-Mar, em Fortaleza. Quando não é o cheiro à terra molhada em Portãozinho, Assomada, com gosto a pêssego. Chuva...é o que me encanta, à tua varanda.
Aos 150 anos
A Cidade da Praia vai celebrar os 150 anos, em 2008. Há um arquipélago de motivos para pensarmos a Praia nos próximos anos. Primeiro, porque é a capital de Cabo Verde. Depois, porque é o espaço urbano no mundo onde vive a maior parte dos cabo-verdianos. E ainda, porque é a babel possível de uma nação a ser possível. E, não menos importante, porque a Praia é imparável. Já nem nós a conseguimos parar. Quanto mais os outros. A celebrar, pois, os 150 anos e esta imparabilidade consequente...
Desta arte...
Jacques G., o meu amigo belga, aconselhava assim: "Nunca digas desta arte, não beberei". Na minha sala, quadros de Mito e de Mizá já me bastavam. As estantes com os livros podem ser claras, sim, a combinar com o resto. Por ser bibliotecário e bibliófilo, já estou a ver como arrumar tantos títulos. É que, em assomos de sonambulismos, percorro à noite as estantes a ver se as Virgens Loucas, de António Aurélio Gonçalves, não visitam Madame Bovary, de Flaubert. E se a barata de Metamorfoses, de Kafka, com textura de rinoceronte, não seja eu afinal a engatar as damas do Mar de Laginha, de Germano Almeida. Ficarei eu pelas estantes, ó musa. É a minha loucura...
Post Scriptum
Sei, sim, o que é ter saudades da tua guitarra. Não seremos lobos, bem como o estio de haver essa alcateia.
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