sábado, 22 de setembro de 2007

À Morte do Artista

Metes-lhe a espada, deste lado e esgrimas,
Sempre, para lhe calar o coração e atordoas,
Nele, tudo o que pressentes ter certa cotovia,
Ressentes, depois, sua morte em lágrimas…

Renitente, à tua bússola faltará o norte,
Sem rei, nem roque ou de sorte tão pouco,
Será, se tanto, miragem esta tua viagem…

Oásis de sonhos, sendo reais os desertos,
Nereidas nas nuvens às putas dos portos
E moinhos de vento em páginas brancas…

Terás, sim, perdão no calvário dos mortos
E nesse purgatório, bula de tantas ancas,
Deusas vaporosas e palancas andaluzas…


Filinto Elísio

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