Acordei crente, túrgida manhã e me alteio doido,
Acordei tão sem ossatura, mas ajaezado e devoto
Kama Sutra, ocre doce, como lacre, vento e sal,
Semente de prosa, desgosto de não te ter comido…
Carrego, do que te arrenego, piracuru no rio
O desconforme das flores lá onde és cachoeira.
És também riacho que radiosa acordas, zoeira
De pássaro voando as cores que te respingam…
Juruá e Moa, no longínquo Acre, distam lagos
Esses afagos de rede e de sesta, fresta das horas
Travessas de versos, repentista e cigana à mão…
Vistos e lidos poemas nos pulsos, sulcos e traços
Dos dedos quantos fossem contar pelo despertar
Das aventuras, de tua cama e cana, no canavial…
Filinto Elísio
in Caliban driblando Prospero na Amazónia
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