sábado, 3 de novembro de 2007

Banquete

Das algas, ágeis e frescas, nas águas
Como aos girinos dos charcos, o Poeta
Terá mão pouca, tal qual alma grande,
Para destilar seu poema e sua tristeza...

Sejam fonema, teorema, até versos,
Sejam, ora perspectivas, ora reversos,
Tenham cara de nuvem ou de cinema,
Esquema de viagem, metáfora distante...

Em segredo, se o há em tudo, poesia,
Melodia inaudível, halo, esfínge e luz,
Tudo o que finge e reluz em querubim...

Absinto, gruta e grota, algo das algas,
Fruta e greta, Banquete, de Platão,
Gotas de mim, hidras de sangue...


Filinto Elísio

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