quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Soneto desviado

Soletrava ela ou ele – não importa,
Pois nestas coisas do amor, o género
É puro detalhe –, na retina da solidão
Retirada do fino mel de mim.

E dizia, a cada momento, sua sentença
De ficar ou de partir e a viagem,
A mais dolorosa, diga-se, nesta nau
Onde são outros os azimutes de pertença.

Também outros, que não eu, caídos
À terra vermelha das coisas paradas,
Ajoelharão antes os deuses de esquina.

E saberão (dele ou dela) essa coisa louca,
Uma vontade de voo no improvável,
Que em mim lateja como um soneto…

1 comentário:

Kamia disse...

Yhey! Sinto-me apadrinhada. E bem apadrinhada!Obrigada pelas sugestões e incentivo.Eu aceito o empréstimo. Já entro em contacto consigo. Agora...não sei se permito a expressão "Filho da Puta"´no meu blog. Sou capaz de ter que remover o seu comentário. :) Tou a brincar...bela critica litarária.