quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sa_l

cruci_fixo

colar caído em teu deco_te
fosse teu cangote esta encruzilhada
o meu primeiro projecto de sombra
o de perscrutar luz em ti
escondida antes da aurora


no areal da Hera
alcova de algum peca_do


montava eu o puzzle de outrora
- incauto da morte achei-a
desta eternidade -
e teus demónios foram apanhados de súbito


lar_gados como bode ao sabor do monte
queríamos nós cabriolar fêmeas em tempo de es_tio


morreu-me tão estival momento


punha-me nele de cabra_lina pedra
meus geni_tais em clementina
o que explicava à idade de cardeal
um espelho fatal derramado à face
e as rugas me aboca_nharem olhos
ba_nharem também minha sede de pajem
& garga_lharem que a vida são dois dias


sois deuses escondidos que eu sei
sois tantos orixás em fila


os búzios jogado_s sobre os panos
dizem-me lobo-guará perdido na cidade
cansada fera
suplicando à lua esmaecida
lá onde o mar des_gasta a ilha
mas a pedra car_comida sobra
des_nuda-se ela que nem puta
pulsando a tarde com poesia


sois mais que anjo atrás da porta
sois aquele que salva no armário


sinto-te
& não temas o traído en_raivecido
te imponha
& revire o jogo de cartas marcadas


não me olhes tão assim
meu cúmplice
que o espelho é isso: vermo-nos nele


esse vaivém de mar
mar que me banha b_enta e s_agrada
pressinto-o a cada gota
[oceano tanto – infinita água tua
canto à-toa teu mar_ulhar
sois quanta escondida em banho
cristais de espuma nos meus cantos
meu navio sulca tuas nuvens]


alado navio este meu
e sa_l tem disso:
miragens enfim!

Filinto Elísio
in Me_xendo no baú. Vasculhando o U

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