terça-feira, 25 de março de 2008

NOSSO VERSO

Dos esquecidos versos meus, apenas um,
Pairando sobre as aguardentes, guarda
As margens do que vamos sendo e solta,
No baú dos segredos, nosso reverso…

Tais palavras, como que a desejarem
Metáforas e seus caminhos transviados,
Têm o dom de cantiga, melodioso no travo
E melaço esta pura nuvem de lua em festa…

Fossem, tão confeitos de broa e vinho,
Todo o visco que teu azeite determina,
Quão na carne nua de alhos e pimentos…

Esse haver boca à fome, de encorpado molho,
Que do aipo se suspeita todo o sal-gema,
E em gosto se atreita música o nosso verso…


FILINTO ELÍSIO

2 comentários:

tartaruga disse...

Descobri este Blogue por causa dos versos de Mayra Andrade "Lua nova, lua cheia..."
Gosto muito de a ouvir mas ainda não tive oportundade a ver ao vivo.
É realmente uma cantora extraordinária, uma maravilha de voz e alma!

Wanasema disse...

Oi, Felinto Elisio!
Sou estudante da literatura cabo-verdiana aqui no Rio de Janeiro, Brasil.
Foi um imenso prazer descobrir o seu blog! Voltarei para ler os textos publicados, que devem conter vários assuntos do meu interesse.
Infelizmente, do seu trabalho, conheço pouco. Somente conheço o que a Professora Simone Caputo Gomes comenta (Universidade de São Paulo)em seus ensaios.
Quando puder, visite o meu blog - http://ricardoriso.blogspot.com
Um grande abraço,
Ricardo Riso