sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Poeta de certo madrigal




Quiseste-me poeta de certo madrigal,
Vitaminado de sintaxe, realejo e versejo
Semântico em mim próprio, alado cavaleiro
Ou psicadélico e mensageiro, filho da pátria…

Quiseste-me verso, esquecido do perverso,
Homem novo, sua toxicodependência, o texto
E seu contexto de máscara, de uma poesia
Que não espera pelo vento, fará da cotovia…

Todavia, sou doutra leira que não esta
De alaúde romântico e verbo metafísico
Sou das estradas sem eira, nem beira
Apartadas dos cristais e seus desvarios…

Um pouco esse rouco de algumas vozes,
Aquelas de percalços e sombras dissolutas,
Um pouco essa coisa viscosa e lacrimosa,
Escoante dos insones, deserdados e aflitos…


Filinto Elísio

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