Hoje, vou falar-vos da música. Não da música, em sentido vasto e caudaloso. Mas de dois álbums, acabados de sair: “Navega”, de Mayra Andrade e “Nos Kantador”, de Dudu Araújo. Estes dois trabalhos discográficos são, antes de mais delongas, o corolário da maturidade a que chegou a música cabo-verdiana. Acrescido à singular interpretação desses artistas, o groove atingido por todos quantos, na linha melódica, rítimica e do arranjo, se alinharam na feitura de tais álbums. Das características comuns entre Mayra Andrade e Dudu Araújo, sublinham-se a potencialidade vocal e interpretativa, o bom gosto na escolha de composições (e compositores) e o arrojo dos arranjos. E nem disse a marca mais sintomática: o charme de apresentação em palco (sorriso, sobriedade e inteligência). Alguns reparos, entretanto. Mayra Andrade, emergindo também como compositora de boa verve, tem uma excelente banda, faltando-lhe um ou dois elementos cabo-verdianos para que se instale a naturalidade da toada crioula. Dudu Araújo, ao contrário, precisaria alinhar aos seus exímios músicos (onde Bau é matricial) o vórtice de um instrumentista estrangeiro, habituado a escalar montanhas para lá das pentatónicas. Mas tudo isso, é palavreado de um leigo que percorre a música como um andarilho acidental, razão que relativiza qualquer tentação de postulado. Em verdade, gosto da música por gostar tão-somente. E nesta (in) capacidade, recomendo-vos vivamente Navega”, de Mayra Andrade e “Nos Kantador”, de Dudu Araújo…
terça-feira, 1 de agosto de 2006
Mayra e Dudu
Hoje, vou falar-vos da música. Não da música, em sentido vasto e caudaloso. Mas de dois álbums, acabados de sair: “Navega”, de Mayra Andrade e “Nos Kantador”, de Dudu Araújo. Estes dois trabalhos discográficos são, antes de mais delongas, o corolário da maturidade a que chegou a música cabo-verdiana. Acrescido à singular interpretação desses artistas, o groove atingido por todos quantos, na linha melódica, rítimica e do arranjo, se alinharam na feitura de tais álbums. Das características comuns entre Mayra Andrade e Dudu Araújo, sublinham-se a potencialidade vocal e interpretativa, o bom gosto na escolha de composições (e compositores) e o arrojo dos arranjos. E nem disse a marca mais sintomática: o charme de apresentação em palco (sorriso, sobriedade e inteligência). Alguns reparos, entretanto. Mayra Andrade, emergindo também como compositora de boa verve, tem uma excelente banda, faltando-lhe um ou dois elementos cabo-verdianos para que se instale a naturalidade da toada crioula. Dudu Araújo, ao contrário, precisaria alinhar aos seus exímios músicos (onde Bau é matricial) o vórtice de um instrumentista estrangeiro, habituado a escalar montanhas para lá das pentatónicas. Mas tudo isso, é palavreado de um leigo que percorre a música como um andarilho acidental, razão que relativiza qualquer tentação de postulado. Em verdade, gosto da música por gostar tão-somente. E nesta (in) capacidade, recomendo-vos vivamente Navega”, de Mayra Andrade e “Nos Kantador”, de Dudu Araújo…
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1 comentário:
Uma bonita homenagem!
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