Imprensa
1.
Quando tenho tempo, coisa cada vez mais remota, escuto a RCV, pela Internet. Igualmente, releio a imprensa electrónica. É uma forma de não estar tão longe dos filhos da pátria. Estar perto hoje tornou-se mais fácil. E a saudade ficou relativizada. Às tantas, larga-se tudo para saber das novas da terra. Inclusive pela TCV, versão digitalizada. Mas queria algo mais
2.
A queda do desemprego em mais de 6%, anunciada pelo INE, não foi amplamente divulgada pela Comunicação Social, que antes preferiu propalar a baixaria da linguagem da última sessão parlamentar. A questão era a droga. Os narcos e os seus capangas devem ter rido à brava. Quanta bizantinice, companheiros. Os nossos imunes e impunes continuam no top, pelos vistos. Às nossas custas, carago, às nossas custas…
João Lopes Filho dixit
1.
Segundo João Lopes Filho, a história do Movimento Claridoso precisa ser reescrita. O ilustre professor afirma que o acto inaugural acontece em 1922, no Mindelo, pelas mãos de João Lopes, Adriano Duarte Silva e Jorge Barbosa. Depois, o grande sopro teria acontecido na cidade da Praia, com Jaime de Figueiredo, João Lopes e Manuel Velosa, em fins dos anos vinte e começo dos anos trinta. Em 1936, Baltasar Lopes da Silva, Manuel Lopes e Jorge Barbosa fundam a Revista Claridade. Esta reafirmação cronológica do modernismo cabo-verdiano, afinal contemporâneo à Semana de Arte Moderna, em São Paulo, reclama por séria e aprofundada pesquisa.
2.
A confirmarem as posições de João Lopes Filho, expressas num entrevista de fundo conduzida por António Monteiro, do jornal Expresso das Ilhas, alguma verdade terá de ser reconfigurada. Para que não nos contem estórias, em vez de História…
Honoris nosso de cada dia
1.
Caríssimo De Pina, paladino da liberdade e figura já castiça, meu bom amigo. Nem vou debater o âmago da questão, apresentada por ti, de forma um tanto deficitária e deprimida, apenas para “animar a malta”. Queria aqui dizer-te que estou tranquilo e sereno, consciente de ter contribuído para um honoris causa em prol de Cabo Verde, numa proposta preliminar que levava nomes ilustres da política, cultura e economia. A triagem, reconhecendo o mérito de todos os “meus candidatos”, escolheu Pedro Pires, por unanimidade.
2.
Noutra pauta, as tuas recorrentes posições sobre Frei Betto e Noam Chomsky são conhecidíssimas e a forma como as expressas tem provocado alguma estranheza. Pode-se discordar, contestar e opor, mas sem fanatismos, nem sentimentos primários. Muitos conteúdos interessantes às vezes perdem-se diante de formas vociferantes e exacerbadas de os expressar.
3.
Entretanto, estamos até de acordo sobre Robert Mugabe. Este de facto já saiu da moldura, quase à maneira de um falso patronato democrático, que a gente conheceu nesta terrinha de Deus. Aproveita e lê “A Tirania da Maioria”, de Lani Guinier, meu caro. Se quiseres debate ou tertúlia, vamos a isso, mas o nível do verbo terá de ser mais elevado, nada a ver com o Sado-masoquismo e a aleivosa de certas companhias, esses “conselheiros populares”, de triste memória…
Sem comentários:
Enviar um comentário