O estado da nação
O estado da nação é bom, se analisado o ponto de partida e a vizinhança decadente, mas ele não permite deitar e rolar. Falta muito, muitíssimo, fazer para que Cabo Verde perca a vulnerabilidade e ganhe desenvolvimento sustentável. É tudo tão contingente! Mesmo as grandes conquistas não estão asseguradas contra a irreversibilidade. E a ilha maior – Santiago –, bem como algumas ilhas, precisa de estruturação mais profunda e radical. A todos os níveis. Não se constrói país em duas velocidades antagónicas, mormente em desaceleração da demanda, do potencial e da força. Ele não nos permite , por exemplo, estar satisfeito com a Praia às escuras, com um porto medíocre e um aeroporto ridículo, para não falarmos da insegurança e do policiamento inibido. Bater palmas com o Plateau esburacado, com as construções clandestinas, a venda caótica nos passeios e a tresanda excrementária dos becos. Assim não. Não, não e não. Há grandes investimentos, ajudas orçamentais e obras. Tudo isso denota dinâmica e, em abono de justiça, damos mérito à governação. Mas há interiores encravados, há ilhas à margem e há gente à míngua, faltando por isso muito, muitíssimo, fazer para que Cabo Verde ganhe a velocidade do cruzeiro neste Atlântico Médio, que a NATO tanto aprecia…
O escrito versus a escrita
O escrito tem de ter escrita, parametrizada no engenho e na arte. Assim, foi instituído o Verbo, no iniciático tempo em que os espíritos pairavam sobre as águas. De então, o ofício, tao sagrado quão profano, que determina ao escriba o seu talião. Não se fala aqui do escritor, pois não se lhe concede mesuras cor-de-rosa. Ora o cronista faz rir, para não fazer chorar. E vice-versa. Ora ele sai dos salamaleques e “poesia só tenho a de pedra e na pedra forjada”. Tomai-o por coerente, entretanto. Mesmo quando viesa a prosa para o pôr-do-sol ou para a romantizada praia dos desgovernados. Ele jamais seria uma opinião alienada, demissionária e colaboracionista, como alguém quis que fosse. Ás vezes, não opina por razões de estratégia. Outras vezes, manda indirectas evitando confrontações estéreis. Mas se a raia chega aos fundamentos, os que norteaim princípios e interesses, desta confraria, aí sim o seu escrito se torna acutilante, fera e guerreiro. Apesar da escrita, do engenho e da arte…
O estado da nação é bom, se analisado o ponto de partida e a vizinhança decadente, mas ele não permite deitar e rolar. Falta muito, muitíssimo, fazer para que Cabo Verde perca a vulnerabilidade e ganhe desenvolvimento sustentável. É tudo tão contingente! Mesmo as grandes conquistas não estão asseguradas contra a irreversibilidade. E a ilha maior – Santiago –, bem como algumas ilhas, precisa de estruturação mais profunda e radical. A todos os níveis. Não se constrói país em duas velocidades antagónicas, mormente em desaceleração da demanda, do potencial e da força. Ele não nos permite , por exemplo, estar satisfeito com a Praia às escuras, com um porto medíocre e um aeroporto ridículo, para não falarmos da insegurança e do policiamento inibido. Bater palmas com o Plateau esburacado, com as construções clandestinas, a venda caótica nos passeios e a tresanda excrementária dos becos. Assim não. Não, não e não. Há grandes investimentos, ajudas orçamentais e obras. Tudo isso denota dinâmica e, em abono de justiça, damos mérito à governação. Mas há interiores encravados, há ilhas à margem e há gente à míngua, faltando por isso muito, muitíssimo, fazer para que Cabo Verde ganhe a velocidade do cruzeiro neste Atlântico Médio, que a NATO tanto aprecia…
O escrito versus a escrita
O escrito tem de ter escrita, parametrizada no engenho e na arte. Assim, foi instituído o Verbo, no iniciático tempo em que os espíritos pairavam sobre as águas. De então, o ofício, tao sagrado quão profano, que determina ao escriba o seu talião. Não se fala aqui do escritor, pois não se lhe concede mesuras cor-de-rosa. Ora o cronista faz rir, para não fazer chorar. E vice-versa. Ora ele sai dos salamaleques e “poesia só tenho a de pedra e na pedra forjada”. Tomai-o por coerente, entretanto. Mesmo quando viesa a prosa para o pôr-do-sol ou para a romantizada praia dos desgovernados. Ele jamais seria uma opinião alienada, demissionária e colaboracionista, como alguém quis que fosse. Ás vezes, não opina por razões de estratégia. Outras vezes, manda indirectas evitando confrontações estéreis. Mas se a raia chega aos fundamentos, os que norteaim princípios e interesses, desta confraria, aí sim o seu escrito se torna acutilante, fera e guerreiro. Apesar da escrita, do engenho e da arte…
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