terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Liiiiiiiiiiiiiindo

Dia Lindo

Esta é a crónica do Dia Lindo. Liiiiiiiiiiiiiindo, ó pessoal. Antevimo-lo do alto da montanha, em Santo Antão. E tudo isto transcende a política. É uma coisa épica. Romântica até mais não. Tomada de beijos e abraços. Risos e lágrimas. De gente bonita, no seu interior emocionado. Este é o Dia Lindo. Definitivamente este não poderá ser o tempo vigiado. Liiiiiiiiiiiiiindo, ó juventude…


Daquela aventurança

Em criança, fui um mau perdedor. E sofri muito com isso. Chorava e agredia toda a vez que tivesse de declarar a falência no jogo do monopólio. Se a minha equipa perdesse, era um Deus nos acuda. E se não conseguisse um lugar à mesa ao lado da dona Mindoca, a comida sabia-me amarga. Aos poucos, fui aprendendo (e ainda bem) que a tolerância era a melhor aventurança da vida. Perder ou ganhar fazem parte do mesmo processo. E ambos devem ser tomados com calma, serenidade e responsabilidade. Já adulto, perdi eleições, empregos, mulheres, amigos, inimigos e, felizmente, ganhei eleições, empregos, mulheres, amigos, inimigos…não confundindo nunca nuvem com Juno. Ao vencedor, impede a fineza da humildade. E ao perdedor, recai a responsabilidade da felicitação. Isto, dito assim, não tem graça alguma. Era preciso viver as luas todas de uma campanha (imprópria para cardíacos, diga-se) para se ter a ideia desta crónica. É uma questão que tem a ver com Freud e não com a fraude. Trata-se de um indício muito perigoso a que devíamos estar mais atentos. E isso lembra-me aquela do jogo da bisca em que o perdedor quis impugnar os resultados de um capote. Se a moda pega e faz doutrina!

A viagem até 2011

Estas presidenciais devem ser analisadas por múltiplos ângulos. E as ilações também podem ser múltiplas. Serão escritas páginas e páginas sobre a vitória do Comandante Pedro Pires. Analistas e politólogos, gente com mais ciência (e mais frieza) de perspectiva. Eu apenas direi da minha justiça. Ora bem, os cabo-verdianos votaram maioritariamente no Comandante Pedro Pires porque entenderam que este dá mais garantias para liderar o Estado de Cabo Verde nesta transição ao País de Desenvolvimento Médio. Mais garantias, entendem? Decisivamente, o contra-ciclo político só será em 2011.

Com Cabo Verde no Coração

Agora é tempo da inovação na continuidade. A navegação entendeu o que estava em causa e deu o seu veredicto certo, certíssimo. Desta feita, o eleitor não se fez rogado: concedeu boa margem de legitimidade ao presidente. E, em democracia, a vontade do cidadão é soberana. O que se espera de um presidente que fará o “time-frame” 2006-2011? Doravante, a presidência deverá ser exercida com maior protagonismo e acutilância. Embora o presidente da República não tenha a governação como encargo, a sua eleição é muito importante, pois trata-se do mais alto representante da Nação. Tão importante que o novo presidente eleito poderá exercer uma magistratura mais influente no combate à pobreza, na erradicação do tráfico de droga, no alargamento da inclusão cultural, nas parcerias estratégicas e nas novas âncoras internacionais, no retoque constitucional necessário e, sobretudo, no aprofundamento da nossa cidadania. Liiiiiiiiiiiiiindo…

Sem comentários: