domingo, 2 de outubro de 2005

Qualquer música e outras notas

No dia mundial da música

Só pode ser coincidência feliz que o Pablo, meu filho, tenha nascido no Dia Mundial da Música. Pablo Casales e Pablo Milanês me inspiraram na escolha do nome, quando o miúdo nascia há 3 anos, em Boston. Neruda também (outro Pablo!) serviu de mote, pois o que é a poesia senão música a determinada freqüência. Aliás, tanto Pablo como Denzel (meu filho mais velho) amam a música, inumerável, diversa e variável. Naturalmente que temos com a música uma relação meramente passional. Agora mesmo, o sol a pôr-se na praia, um repentista canta, em rima de “ena” decassílabas para o meu coração. Estou esotérico e hermético que eu sei. Deve ser da morte do Pranchinha. Aniversário do Pablo, será? Ou de eu ter saltado para o lado de lá. Peço desculpas, mas eu vou com a música...


Maskrinha

Não me alinho no pensamento ideológico, preferindo antes refletir por caminhos oblíquos, como diria Jean Baudrillard. As sondagens aparecidas ultimamente (por boca e por escrito) são pouco transparentes e nada respeitáveis. Não é assim, de modo rasca e sub-reptício, que se apresentam sondagens ao cidadão. Nós já passamos desta fase. As capelinhas, umas e outras, precisam ter uma visão mais apropriada das nossas demandas. As percentagens surgidas (para um espectáculo mais do que falacioso, diga-se) só irão enganar os incautos. O inusitado e o insólito é sermos ainda bombardeados por métodos arcaicos e fraudulentos em plena dinâmica do milênio. Maskinha djan konxebu...

A manifestação do Pró Praia

A manifestação dos praienses contra a Electra parece ser um acto refundador da cidadania municipal. Ausente do país, não poderei participar da passeata que, em boa verdade, merece a adesão de todos. Menos dos masoquistas que gostam de ficar no escuro. Ou daqueles que, tendo feito da situação um negócio da China, estão sem moral para dar a cara. Não podemos admitir crédito ilimitado às circunstâncias. Trata-se de uma questão política? É algo mais profundo. Tem a ver com a necessidade de transpolitização do cidadão. A electricidade de há muito que passou a ser produto de primeira necessidade. E, neste particular, a Electra tem sido o grau zero em matéria de respeito ao cliente. Trata-se de um abuso, de uma operação de chantagem. E isso não deve ficar impune. De maneira alguma, caríssimos praienses...

Pôr-do-sol em Fortaleza

Estou em Fortaleza. Diante do mar. No calçadão, uma bonita feira de artesanato. Alguém canta, no realejo, uma musica distante. De Gilberto Gil. Diante desta profusão de gente, coisas e lembranças, tudo começa a fazer sentido. Vou aproveitar para dar uma “revisada” na saúde. Percebe-se que o espaço é uma metáfora para a estrutura da nossa existência. Uma vez ouvi esta idéia da artista plástica francesa Louise Bourgois, outra que gostava de música. De resto, no Brasil, apesar de todos os problemas, vigora o charme, a sensualidade e a alegria de viver.

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