Do paraíso
Foi o homem expulso
Banido e expulso
Banido e expulso
Mas homem.
Valentinous VelhinhoIn “Tenho o infinito trancado em casa”
Poeta
Vejo raramente o poeta Valentinous Velhinho, amigo de infância e da adolescência. As nossas vidas parecem paralelas e tendem a encontrar-se no infinito. De quando em vez, temos furtivos e rápidos encontros e aproveitamo-los para falar das coisas que nos comovem: palavras nossas e a dos outros. Metáforas que enroupam as palavras. Ambos amávamos eternamente as nossas mães e perdemo-las na espuma dos dias. Em boa verdade, viemos órfãos para esta vida quando soubemos, desde o início, que as nossas mães também haviam de partir. E, quebrando esta rotina, diria até esta ausência instituída pelo Destino, vou visitar o Poeta em sua casa. Supõe-se ter ele ali o infinito trancado.
Cartoon Network
O primeiro canal dava uma manifestação no Tibete. O segundo, qual Casimiro de Pina (meu amigo), discorria sobre Robert Mugabe. O terceiro insistia que o Irão estava a enriquecer o urânio. Já no décimo, Barak Obama e Hilary Clinton discutiam a retirada (ou não, imaginem) do Iraque. Creio ser no 14º, pois já perdera a conta, a vergonhosa fome em Darfur. Às tantas, impróprios para quem ama a poesia e desaconselháveis para o Pablo ao meu lado, rendo-me à lógica de assistirmos aos bonecos animados…
Omar Camilo e a plástica
Há dias, lendo o Blog de um amigo, deparei-me com a lista dos artistas plásticos cabo-verdianos. Ali estavam, segundo o critério do Bloguista, dos modernos aos pós-modernos. Vinham até os que, por razões não muito claras, ficavam fora da lista. Em verdade, uma vez mais, o poder do discurso torna-se um discurso do poder e, como tal, esboça o seu arquétipo e aparato. Convido o pessoal a visitar o cubano-caboverdiano Omar Oliveira e pousar um olhar sobre as suas telas plásticas. Ouso dizer (sem pretensões de dono da verdade) que ali, nesse ateliê / apartamento, se esboça o melhor da plástica contemporânea.
Dor de uma simples rosa
Segundo Eça de Queiroz, a morte de milhares de chineses, na longínqua China, era apenas um dado estatístico. Se o vizinho da esquina quebrasse a perna, tal tragédia nos seria mais relevante. Entretanto, não deixo de ficar preocupado com o que se passa no Tibete. Não para fazer alguma consideração atrevida e inoportuna, muitas vezes a servicinho alheio, mas porque o canal um apresenta uns olhos tão próximos de um tibetano perseguido. Nem estou a pensar na Globalização, mas na Humanidade, esta coisa que nos atravessa, em profundidade, e nos faz sentir a dor de uma simples rosa.
Distância de Todas as Coisas
Recebi, quando saía para o Aeroporto Internacional Pinto Martins, de Fortaleza, o livro “Democracia e Constituição – Estudos”, uma homenagem de vários constitucionalistas ao Professor e Poeta Dimas Macedo. Agradeço ao Professor Edmilson Barbosa a amabilidade da oferta e, com emoção, agradeço a Deus pela amizade com o Poeta da “Distância de Todas as Coisas”.
2 comentários:
Que bom encontrar um post teu.
Venho ca procurar todos os dias e a minha espera sempre vale a pena pois o que nos ofereces da para alimentar as semanas ou meses ate o proximo post.
Obrigado por repartires este pedaco de ti.
Sara
Meu Caro
Há lugares onde não se deve ir à boleia. Deveriamos ir sempre de pés nús e medicantes, mordendo na terra o derradeiro alimento do nosso sustento infinito, o gosto do pó. Mais do que respeitar aqueles que partem, talvez seja uma forma de nos anteciparmos, nem que poeticamente, ao inevitavel que nos espera na curva estreita dos dias. As solas que nos levam à soleira (palavra querida do nosso Vadinho), são as mesmas que nos levarão um dia do sono ao solo. Na impossibilidade de o contactar pessoalmente, não creio que ele se importará que sejas tu o improvável portador (PORTA da DOR) deste recado. Meio à sucapa, meio à boleia, quase clandestinamente neste recanto de ti. Que outro lugar melhor onde depositar o meu voto? Como disse Walt Whitman "não penses que não estou agora junto a ti".
Saudo-te, e ao Valentinous a atravessar sózinho esta hora íngreme. Afinal todos nós somos, entre o rebate dos sinos das nossas aldeias, "o menino de sua mãe".
E então dir-me-ás ousando
que às coisas ousadas novas leis
e novas regras se impõem
e aos novos caminhos trilhados
nova bússola e novos pontos cardeais
serão precisos, mas se à falta
deles te sentires só no abandono
torturado de quem morreu,
e só se morre para renascer inventado,
saberás que o instrumento de todos
o mais preciso e precioso
marcando horas e traçando rumos
é ainda o humano coração
Alex
Duplo abraço
ZCunha
P.S.- Já agora, indica lá o sítio aonde se pode ir espreitar o Umar Oliveira. Fiquei curioso!
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